De uma forma generalizada, os resultados obtidos em 2022 no âmbito do Deloitte T(ech)x Survey Portugal não são substancialmente distintos dos que foram obtidos em 2020, mantendo-se as tendências já então observadas ainda atuais.
A este propósito, a adoção de soluções de tax technology continua a ser uma das prioridades das organizações (16%), tendo-se a sua importância mantido inalterada por comparação com 2020, e sendo apenas ultrapassada pela necessidade de acompanhamento das alterações legislativas e decisões administrativas da Autoridade Tributária (26%).
Esta importância surge, entendemos, aliada ao facto das organizações reconhecerem como muito boa (12%) ou boa (45%) a capacidade tecnológica da Autoridade Tributária, em particular em áreas relacionadas com a submissão eletrónica de todos os modelos e formulários e o cruzamento de informações de diversas fontes.
Para as organizações, a tax technology tem vindo a ser utilizada em processos relativos a pagamento de impostos (26%), data quality checking (24%) e data analytics (23%), tendo o uso em processos de data compliance reduzindo-se face ao observado em 2020.
Decorre, por conseguinte, a verificação de que o uso de tax technology está agora mais direcionado, por parte das organizações, para o controlo da qualidade da informação produzida e a análise à mesma, o que poderá ser revelador que a implementação de soluções que se limitam a permitir a automatização de processos e procedimentos tendentes ao cumprimento de obrigações se encontra numa fase já de alguma consolidação por parte das organizações.
A média de investimento realizado em tax technology por parte das organizações é de menos de 20.000 euros anuais. O estudo permitiu igualmente observar que existe ainda uma parte significativa de organizações que reconhece que o investimento que efetua em tax technology não acompanha o que é realizado pela Autoridade Tributária (32%).
Ainda que 37% das organizações reconheça que o investimento que efetua neste tipo de soluções é insuficiente, a média de investimento prevista pelas organizações para o próximo ano situa-se igualmente em valores de até 20.000 euros anuais.
Reconhece-se, contudo, que o uso de tax technology é de importância elevada (60%) ou moderada (35%) para as organizações, tendo sido identificadas como áreas a endereçar, ao nível dos impostos indiretos e diretos, a verificação da qualidade da informação produzida e a sua análise e, adicionalmente, a automação dos processos.
A perceção de que o sistema fiscal é instável e complexo continua a ser indicado como o potencial motivo que limita o investimento das organizações em tax technology (56%) e a ausência no mercado, na generalidade das situações, de soluções adequadas às necessidades identificadas (38%).
Por último, na generalidade das situações (74%), o contexto pandémico dos últimos anos não teve impacto na tomada de decisão de investimento em tax technology.