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Open Banking: uma revolução a caminho

E se dentro de algum tempo pudesse centralizar o seu património financeiro numa única plataforma inteligente, criada especificamente para si?

E se dentro de algum tempo pudesse centralizar todo seu património financeiro numa única plataforma inteligente, especificamente criada para gerir da melhor forma todo o seu dinheiro? O conceito pode parecer futurista, mas já está a agitar o mercado, até porque promete revolucionar o mundo tal como o conhecemos.

O conceito de Open Banking é novo para a indústria financeira e para os consumidores, mas está longe de ser uma ideia puramente conceptual dentro do vasto universo da inteligência artificial. A tecnologia de suporte já existe e os princípios inerentes a este sistema estão definidos. Só falta passar à prática.

O Open Banking parte do princípio que os dados são propriedade dos clientes e não das entidades financeiras contratadas. O utilizador controla os seus dados e pode indicar quer que estes sejam partilhados entre as distintas instituições financeiras, através da integração dos seus sistemas.

Para a indústria isto pode traduzir-se numa oferta mais diversificada de produtos e serviços, em novos modelos de negócio e mais concorrência. Para o consumidor é sinónimo de maior transparência e maior autonomia relativamente à sua vida financeira. Mas na prática como é que este sistema pode mudar a vida das pessoas num futuro próximo?

Usamos como exemplo as necessidades financeiras de um casal em 2027.
Pedro e Inês contraíram um empréstimo para a compra de um terreno com uma casa. Através de uma única aplicação – OurMoney (fictícia) – têm acesso a uma visão global, integrada e simplificada de todo o seu património financeiro, independentemente das instituições financeiras utilizadas. Ou seja, podem consultar as transações de todas as suas contas: cartões de crédito, contas poupança e de compensação hipotecária, saldo do empréstimo, pensões, investimentos, entre outros exemplos.

Pelo facto de agregar todos os dados, a aplicação tem a capacidade de analisar os distintos perfis financeiros e padrões de consumo, e oferecer informação que ajuda o utilizador a evitar contratempos financeiros. A aplicação OurMoney pode, por exemplo, enviar esta mensagem:

- "Não pagou totalmente o seu cartão de crédito o mês passado, e por isso está a ser penalizado com uma taxa de juro mais elevada. Quer desviar dinheiro da sua conta de compensação e pagar o cartão de crédito para reduzir o custo dos juros?”

A app pode também ajudar o utilizador a criar um plano de poupança para as férias, através da análise das receitas e despesas mensais. O casal quer ir de férias para França no início de 2028 e pede à OurMoney que otimize o orçamento e crie viabilidade financeira.

- “Atualmente sobram 50 euros por semana. Cada um gasta aproximadamente 20 euros por dia com almoço e café durante a semana. Se levarem almoço de casa e não beberem café durante o resto do ano, podem poupar até 6.000 euros.”

- “Pretende abrir uma nova conta poupança e transferir automaticamente o dinheiro do almoço e café? Encontrei uma nova conta poupança de um neobank que tem atualmente uma taxa de juro de 3,2%?”

Este é apenas um exemplo de como os dados do utilizador podem ser utilizados para revolucionar toda a experiência bancária. A tecnologia já existe e as fintechs mais inovadoras já estão a desenvolver aplicações como a OurMoney.

Neste futuro próximo aqui exemplificado, toda a relação com o cliente é promovida e suportada por aplicações com analítica avançada e tecnologias de IA que ajudam as pessoas a gerir mais eficazmente o seu dinheiro – nomeadamente aquelas que não conseguem recorrer a um gestor financeiro.

O Open Banking está a dar os primeiros passos já em alguns países, mas representa apenas um dos setores que pode beneficiar deste novo sistema que privilegia a partilha e análise de dados. Este modelo pode ser facilmente estendido às utilities e a muitos outros setores. A banca, as financeiras e os fundos de investimento podem transformar-se em grossistas com produtos geridos por motores de IA inteligentes que otimizam as finanças dos clientes.

É importante que as instituições financeiras comecem a explorar cenários como este e a testar as suas atuais estratégias organizacionais, nomeadamente as plataformas de conformidade, políticas de gestão de dados e de privacidade, processos e ofertas.

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