Graças aos mágicos múltiplos diferenciais, as tais Netcos, infracos ou towercos tendem a aparecer com maior frequência no ecossistema das telecom, onde apresentam um valor superior para os seus acionistas versus o que era apresentado pela empresa original.
As Netcos são consideradas empresas de baixo risco, com fluxos de caixa estáveis durante longos períodos, através do arrendamento da sua infraestrutura (ex. torres, fibra, datacentres) às operadoras de telecomunicações e outros provedores de serviços. São entidades que assentam num negócio mais simples, com um número reduzido de processos core, requerendo poucos recursos (pessoas, IT, etc.) e consequentemente deixando espaço aos seus gestores para se dedicarem mais tempo a servir os seus clientes com maior excelência operacional.
À medida que as Netcos se vão separando dos tradicionais operadores, estas têm de reinventar a sua cultura, tornando-se mais ágeis na inovação e adoção de novas tecnologias. As Netcos terão um papel preponderante no aumento da procura da conectividade, concentrando-se na manutenção, atualização e diversificação das infraestruturas de rede, expandindo a cobertura e construindo redes mais rápidas e resilientes, servindo as Servcos para que as mesmas possam fornecer uma solução holística aos consumidores finais. Para tal, a experimentação e inovação tecnológica serão cruciais, através do estabelecimento de parcerias com entidades externas, tais como hyperscalers, integradores de sistemas ou fornecedores de tecnologia de modo a gerar novos fluxos de receitas.
Dada a significativa margem de crescimento nos seus mercados core, as Netcos arriscam-se a destabilizar os setores adjacentes, podendo acabar por competir no mesmo território que as Servcos. Para tal, deve ser traçada uma linha entre as Netcos e Servcos, permitindo que ambas se consigam diferenciar e alcançar oportunidades de crescimento, mediante de uma relação win-win. À medida que as Netcos ganham margem, a principal preocupação das Servcos será criar e manter uma relação próxima com os consumidores finais, através da melhoria da experiência B2C e exploração de oportunidades relativas ao segmento B2B, o qual será possibilitado pelas novas capacidades inerentes ao 5G e tendências do IoT.