À medida que nos recuperamos, reabrimos e reconstruímos, é o momento de repensar a importância da confiança. Nunca foi tão testada nem tão valorizada nos nossos líderes e uns nos outros. A confiança é abrangente. Física. Emocional. Digital. Financeira. Ética.
A confiança é uma moeda para o comércio. Isso é mais verdade do que nunca hoje em dia, com grande parte do comércio mundial a ocorrer entre partes em locais distantes, que talvez nunca se tenham encontrado pessoalmente. Cada transação pode ser vista, até certo ponto, como uma expressão de confiança, e as bem-sucedidas acumulam-se como depósitos numa conta bancária. Dessa forma, a organização cria um fundo de reserva a que pode recorrer no caso — esperamos que raro — de algo correr mal.
O fundo de reserva é necessário porque a perda de confiança pode ser dispendiosa. Analisámos três grandes empresas afetadas por um escândalo relacionado com a confiança, que levou a uma intervenção regulatória ou governamental. Antes do escândalo, cada uma dessas empresas tinha uma capitalização de mercado de pelo menos 10 mil milhões de dólares. Após o ocorrido, a sua capitalização de mercado diminuiu entre 20% e 56%, resultando numa perda total de valor de cerca de 70 mil milhões de dólares.
Os Chief Legal Officers (CLOs) sempre desempenharam um papel fundamental na consciência da empresa, definindo o rumo para a ética e, frequentemente, para o compliance. Hoje, à medida que os negócios se tornam mais rápidos e o CLO assume um papel maior na direção estratégica da empresa, a confiança continua a ser um imperativo fundamental e um fator crescente no sucesso de uma empresa — não só para a organização em geral, mas também para a capacidade do CLO de ser eficaz como membro da equipa executiva E, embora a confiança possa ser difícil de tocar ou ver, ela pode ser construída.
A confiança é essencial para o funcionamento da sociedade e da economia. Confiamos nos outros para agirem com integridade e honestidade. Esperamos que os governos, as empresas e as organizações de todos os tipos cumpram as suas promessas e se comportem de forma ética e responsável. O surgimento de forças sociais complexas e polarizadoras, o ritmo das mudanças tecnológicas, o livre acesso à informação e as exigências de uma nova geração de consumidores e trabalhadores estão a mudar a natureza da liderança empresarial, influenciando o apelo a uma visão ousada, a um sentido renovado de objetivos e a novos modelos de pensamento. Além disso, estas mudanças estão a levar a que os líderes empresariais sejam mais responsabilizados por cumprirem o propósito da organização.
A confiança é abrangente. Física. Emocional. Digital. Financeira. Ética.