Foi apresentado, no passado dia 28 de julho, em conferência de imprensa, pela Ministra do Ambiente e Energia e pelo Secretário de Estado Adjunto e da Energia, o Plano de Reforço da Segurança do Sistema Elétrico Nacional.
Preparado na sequência do apagão ibérico que ocorreu a 28 de abril deste ano, o referido Plano prevê um investimento que ascende a cerca de 400 milhões de euros e um pacote de 31 medidas que visam reforçar a segurança e resiliência do Sistema Elétrico Nacional, garantindo os objetivos de descarbonização e transição energética.
O Plano de Reforço ora apresentado é norteado por três grandes princípios: (i) robustecimento do sistema elétrico nacional e da capacidade de resposta das infraestruturas críticas; (ii) compromisso com a transição enérgica e a descarbonização; e (iii) colaboração internacional para a integração de mercados e o reforço das interligações.
As 31 ações previstas no Plano em análise, algumas já implementadas, dividem-se em 5 áreas de atuação, nos seguintes termos:
Aqui se incluem, entre outras, as seguintes medidas:
No campo do planeamento de rede, destacam-se a melhoria do modelo de ligação à rede, incluindo a reformulação do funcionamento das Zonas de Grande Procura, com a criação de uma segunda zona de grande procura para Sines e o estudo da possibilidade de outras espalhadas pelo país; e a melhoria do sistema de lançamento de leilões periódicos de capacidade de injeção, de forma a dar previsibilidade e transparência ao setor, estando já previsto para setembro de 2025 o leilão da capacidade que resta da central do Pego.
Nesta área de atuação, incluem-se, entre outras medidas, as seguintes:
No âmbito da capacidade de resposta das infraestruturas críticas, destaca-se o lançamento de um apoio de 25 milhões de euros para melhoria da resiliência de infraestruturas críticas, aplicável à instalação de sistemas de painéis solares fotovoltaicos e sistemas de armazenamento em infraestruturas críticas, como hospitais, forças armadas, forças de segurança, proteção civil, bombeiros, entre outras; e a atualização dos procedimentos de comunicação e operação em incidentes no abastecimento energético, tendo ´já sido elaborados os manuais de procedimentos das entidades públicas das áreas da energia, água, resíduos e ambiente.
Por último, no campo da colaboração internacional, inclui-se o reforço das interligações elétricas entre a Península Ibérica e o Mercado Europeu; o reforço da articulação entre Portugal e Espanha no âmbito do Mercado Ibérico de Eletricidade (MIBEL) e a coordenação com a Comissão Europeia do acesso facilitado a fundos do Mecanismo “Conectar a Europa” (CEF) e REPowerEU, acelerando projetos transfronteiriços. Paralelamente, o Governo anunciou ainda a intenção de avaliar a viabilidade de uma ligação elétrica com Marrocos.
Note-se que está em elaboração pela ENTSO-E (European Network of Transmission System Operators for Eletricity), um Relatório Factual sobre o apagão ibérico de 28 de abril, sendo a data limite para entrega do mesmo outubro de 2025. O referido Relatório Factual será seguido de um relatório final, com recomendações dirigidas à Comissão Europeia e aos Estados-membros.
O Plano de Reforço da Segurança do Sistema Elétrico Nacional pode ser consultado aqui.