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Receitas dos 250 maiores retalhistas do mundo aumentaram 8.5% no último ano fiscal, revela estudo da Deloitte

  • Ranking mundial é novamente liderado pela Walmart, seguido pela Amazon e pela Costco Wholesale Corporation;
  • Em Portugal, a Jerónimo Martins sobe duas posições, ocupando a 47ª posição. A Sonae subiu uma posição relativamente ao último ano e está agora no 143º lugar do ranking;
  • Sustentabilidade e tecnologia são tendências em crescimento no setor, numa altura em que as lojas físicas voltam a atrair os consumidores.

LISBOA, 28 de fevereiro de 2023 — Os 250 maiores retalhistas do mundo alcançaram uma taxa de crescimento total de 8,5% no último ano fiscal de 2021 (exercícios fiscais encerrados em 30 de junho de 2022) num total de 5,65 biliões de dólares, aponta o estudo Global Powers of Retailing 2023 da Deloitte.

O ranking mundial é novamente liderado pela Walmart (572,754 mil milhões de dólares), seguido da Amazon (239,150 mil milhões de dólares) e da Costco Wholesale Corporation (195,929 mil milhões de dólares). No Top 10 das maiores empresas a nível mundial no setor, maioritariamente composto por empresas norte-americanas, o retalhista chinês JD continua a subir posições no ranking, estando agora na 7ª posição, duas acima em relação ao ranking de 2022.

O estudo da Deloitte mostra que os principais retalhistas digitais têm vindo a beneficiar da mudança de hábitos dos consumidores em favor do comércio online, no entanto, há um esforço acrescido das empresas do setor para atrair novamente os clientes para os espaços físicos, comportamento que sofreu um forte revés durante a pandemia.

João Paulo Domingos, Partner e líder do setor de Consumer da Deloitte, garante que “apesar de os comportamentos dos consumidores estarem a regressar a níveis pré-pandémicos, existem hoje tendências que vieram para ficar não só nos hábitos mais digitais e omnicanal, mas também numa maior preocupação com operações e produtos sustentáveis. Numa altura em que a personalização é um fator diferenciador para os consumidores, os retalhistas terão de utilizar a tecnologia e a inovação para criar uma experiência de compra integrada e adaptada as necessidades de cada consumidor”.

As empresas de retalho no Top 10 mundial de empresas cresceram 8% numa base composta de vendas ponderadas e ajustes de câmbio, o que representou um abrandamento em relação ao crescimento de 12,4% entre os 10 principais players do mundo no ano fiscal anterior de 2020.

O Top 250 inclui, novamente, duas empresas portuguesas, com a Jerónimo Martins a ocupar o 47º lugar a nível mundial, o que significa uma subida de duas posições relativamente ao ano anterior, suportada num crescimento de 8,3% das receitas consolidadas, que se situaram nos 24,697 milhões de dólares de acordo com a metodologia aplicada e o período analisado neste estudo.

O ranking inclui também a Sonae que subiu 1 posição e ocupa agora o 143º lugar do Top 250 do ranking a nível mundial. Durante o período em análise a empresa portuguesa de alcançou receitas consolidadas de 8,136 milhões de dólares, o que correspondeu a um aumento de 3,4% relativamente ao exercício anterior.

Foco na sustentabilidade e tecnologia

Gradualmente, as empresas no setor do retalho têm vindo a apostar na sustentabilidade, mostrando uma aposta no mercado de bens usados através de marketplaces e opções de recompra. Esta tendência tem sido alimentada pela maior consciencialização dos consumidores para os temas da sustentabilidade e os hábitos de consumo das gerações mais jovens que preferem opções de compra amigas do ambiente.

Atualmente, a cadeia de valor do retalho contribui com 25% das emissões de gases com efeito de estufa a nível global, o que vem provar a necessidade de os retalhistas incorporarem iniciativas sustentáveis que permitam mitigar o impacto da atividade no planeta. Nesse campo, tecnologias como o blockchain ou a inteligência artificial (IA) podem ter um papel decisivo, agilizando processos e criando cadeias otimizadas que ajudem a reduzir o desperdício.

Para além da sustentabilidade, a tecnologia está também a ser utilizada para transformar a experiência de compra dos consumidores e tentar atrair novamente as pessoas às lojas físicas. O uso de tecnologias avançadas, como a realidade virtual e aumentada, IA e a análise de dados, permite que os retalhistas, por exemplo, personalizem ofertas ou simplifiquem processos de checkout por forma a aumentar a relação com os clientes. Nesta nova era do retalho, a aplicação inovadora da tecnologia é crucial para a garantir a fidelização dos clientes e impulsionar as receitas.

Adicionalmente, as empresas de retalho estão a aprimorar a experiência de compra através da oferta de serviços personalizados que extravasam a fronteira da venda de bens. Numa altura em que o comercio online continua em crescimento, serviços de concierge, valet parking ou personal
styling podem ajudar a diferenciar as lojas físicas das online, incapazes capazes de oferecer estas comodidades.

O Global Powers of Retailing da Deloitte identifica anualmente os 250 maiores retalhistas do mundo e analisa o desempenho obtido pelo setor, ao nível do volume de negócios, crescimento e rentabilidade nas várias geografias, segmentos de atividade e formatos de loja, bem como as principais tendências de mercado.