A mudança é uma característica essencial da humanidade. E em nenhum outro lugar a velocidade da mudança é mais evidente do que no futuro da indústria do consumo.
 

Atualmente, a indústria está a enfrentar a transição económica, social e tecnológica do século.

Para aumentar a complexidade, isto acontece num contexto de desafios significativos, como a aceleração das alterações climáticas, a crescente desigualdade económica, o declínio da confiança, o aumento da polarização e o agravamento das condições financeiras globais. As empresas não só precisam de navegar nesta transição que ocorre uma vez em cada século, como devem fazê-lo visando abordar questões críticas para a sociedade e para o planeta em geral.

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Os próximos anos de mudança
 

Para aproveitar as oportunidades trazidas pelas grandes forças de mudança na indústria do consumo e liderar corajosamente as suas organizações para o futuro, os executivos devem compreender as implicações destas mudanças em três dimensões do negócio: mercados, modelos e mecânica.

Mercados

O que é vendido, a quem é vendido, que bens e serviços são valorizados e como a indústria cria valor.

• Do massivo ao micro: O mercado passou de orientado para a oferta a orientado para a procura
  
• Tsunami digital e híbrido: O crescimento dos bens e serviços digitais ultrapassa e substitui as despesas em categorias físicas tradicionais
• A responsabilidade como um requisito: Os danos ecológicos continuam a acelerar e o impacto na economia e nas pessoas torna-se mais visível. Num futuro próximo, a confiança, a privacidade, a equidade e a defesa do consumidor também se tornarão essenciais para a mudança da proposta de valor

Modelos

Como as empresas se organizam e se programam, como os materiais e recursos são adquiridos e quais os novos modelos que criam valor.

• Convergência dos setores: A aceleração contínua e a colisão entre a infotecnologia e a biotecnologia criam uma enorme oportunidade de mercado.
  
• Mudança sísmica na oferta: As forças geopolíticas, económicas e de mercado estão a convergir para exigir uma reformulação significativa das cadeias de abastecimento.
• Reconfiguração radical do setor: O crescimento da capacidade como um serviço no mercado está a conduzir a uma reconfiguração significativa da indústria.

Mecânica

Como as empresas executam o trabalho, empregam a mão de obra, constroem ecossistemas e tomam decisões estratégicas e operacionais.

• A era dos algoritmos e da automatização: Os dados e a automatização estão a impulsionar empresas altamente eficientes que podem sentir e responder a mudanças granulares na procura dos consumidores.
  
• Extremos da força de trabalho: A escassez de competências tecnológicas e a redundância de trabalhadores, substituídos pela automatização, estão a criar uma transição difícil para a força de trabalho.
• Novo centro de gravidade financeira: As fontes tradicionais de crescimento e margem continuam a entrar em colapso sob o peso do aumento das opções e da comoditização.

Seis forças de mudança
 

Mediante uma série de conversas realizadas ao longo de 18 meses com mais de 800 executivos, analistas, académicos e personalidades da indústria do consumo, juntamente com os dados recolhidos e monitorizados mensalmente no Global State of the Consumer Tracker da Deloitte, a Deloitte identificou seis forças que irão desempenhar um papel fundamental na definição do futuro da indústria do consumo durante a próxima década. Estas tendências não existem no vácuo; o movimento coletivo e a aceleração destas forças criarão um novo cenário competitivo onde surgirão oportunidades e a inovação fará a indústria avançar.

• O consumidor em mudança, que se está a tornar mais diversificado e a transformar-se em múltiplas dimensões.

• Uma sociedade e uma cultura em evolução, com o consumidor a libertar-se das âncoras tradicionais.

• xTech exponencial, com avanços na infotecnologia e um vasto conjunto de tecnologias, incluindo a biotecnologia e a ciência dos materiais, que provavelmente farão com que, em comparação com a última década, os progressos sejam insignificantes.

• Reviravolta radical na indústria, com a dinâmica que molda a indústria a aumentar em ritmo e intensidade.

• As alterações climáticas extremas e o seu impacto económico no futuro, que pressionarão a indústria do consumo a transformar-se.

• Mudanças na economia, na política e no poder, que estão a tornar-se cada vez mais incertas e exigem uma abordagem de gestão mais flexível.
  

O consumidor atual tem os olhos postos no futuro e está a usar o seu dinheiro para efetuar a mudança que quer ver no mundo.
 

Ao mesmo tempo que enfrentam transições monumentais, as empresas estão a optar por alargar a sua missão além do valor para os acionistas, abrangendo questões ecológicas e sociais mais amplas. Juntas, estão a comprar uma melhor

Na Deloitte, acreditamos que o futuro não é algo que deva ser previsto, mas sim criado. As organizações de consumo que têm uma visão forward-thinking devem agir com responsabilidade e critério e tomar decisões arrojadas relativamente a mercados, modelos e mecânicas para se tornarem numa marca valiosa no futuro. Em última análise, todos nós precisaremos de comprar melhor.

Kasey Lobaugh, Principal, Chief Futurist US Consumer Industry

A capacidade de aproveitar a mudança e construir um futuro melhor
 

O futuro não está predeterminado. Em vez disso, construímos o nosso futuro com uma escolha de cada vez. Temos a influência, a competência e o poder de escolher para onde vamos e de moldar o futuro da indústria do consumo — e do mundo — para melhor. Que futuro queremos e, mais importante ainda, que futuro temos a coragem de construir?

Para navegar neste cenário em constante mudança, os atuais e futuros líderes da indústria de consumo precisam de reconhecer, monitorizar e avaliar as seis forças para um planeamento eficaz do cenário. O futuro exigirá que as empresas compreendam as implicações das suas decisões — e criem uma nova abordagem aos mercados, modelos e mecanismos — à medida que traçam o seu caminho para comprar melhor.