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Desenvolvimento tecnológico e profissional serão desafios para instituições financeiras brasileiras em 2024, diante de mudanças regulatórias

IFRS 17, que redefine classificação, avaliação e mensuração de contratos de seguros e Resolução CMN 4.966/21, que muda os parâmetros de contabilidade dos instrumentos financeiras nas instituições financeiras, transformarão os setores de seguros e bancário, respectivamente, evidenciando a necessidade de atualização de sistemas, atividades e novas tecnologias

Por Alexandre Paraskevopoulos e Augusto Velasco Rampaso, sócios de Auditoria da Deloitte

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A atualização tecnológica e modernização de sistemas serão o fio condutor de duas importantes mudanças das práticas contábeis de instituições financeiras, com destaque para o setor de seguros, nos próximos meses. A indústria vive as consequências das transformações trazidas pela IFRS 17, que passou a valer em janeiro de 2023, uma regulamentação que redefine a classificação, avaliação, mensuração e divulgação de contratos de seguros. As novas regras proporcionam uma olhar mais transparente e uniforme das operações das seguradoras, que buscam automatizar diversos processos na busca por entender os benefícios dessa nova contabilidade. Esta é uma chance para seguradoras e segurados entenderem melhor os resultados, economicamente.

Em um ambiente onde a tecnologia desempenha um papel cada vez mais central, a implementação dessas diretrizes também destaca a necessidade de soluções tecnológicas avançadas para a criação de sistemas robustos de automação, análise de dados através da inteligência artificial e integração tecnológica. Essas transformações estão alinhadas com as principais tendências identificadas pela pesquisa "Global Insurance Outlook 2024", conduzida pela Deloitte, organização com o portfólio de serviços profissionais mais diversificado do mundo. O estudo sobre as tendências para seguradoras em todo o mundo destaca a urgência da adoção de tecnologias avançadas e mudanças culturais internas nas empresas, com o objetivo de aprimorar a colaboração entre os funcionários e ampliar o acesso aos dados dos clientes.

Os desafios para o ano de 2024, no entanto, não param por aí. Este também será o ano de adaptação das instituições financeiras para a implementação da Resolução CMN nº 4.966/2021, do Banco Central, que representa um marco no modo como essas organizações abordam suas práticas contábeis relacionadas aos instrumentos financeiros. A mudança, que deve ser implementada de forma obrigatória a partir de janeiro de 2025, tem o objetivo de aumentar a transparência e a consistência nas demonstrações financeiras, fortalecendo a confiança dos investidores e reguladores. A regra traz mudanças na definição de aproximadamente 80% do balanço das organizações. Nesse cenário desafiador, é urgente que as instituições financeiras desenvolvam a capacidade de antecipar, entender e se adaptar a essas transformações. A exigência de compreensão aprofundada de questões jurídicas, contábeis e financeiras, no entanto, torna a concretização da nova regra uma tarefa complexa.Ambas as regulamentações impõem uma carga significativa sobre as instituições, que não apenas precisam ajustar seus sistemas e processos, mas também devem reavaliar suas estratégias operacionais. A urgência em atender aos requisitos da regulamentação coloca as instituições em uma corrida contra o tempo para desenvolver internamente ou recrutar especialistas que possam conduzir essas transformações. A contratação de talentos especializados pode se mostrar uma tarefa árdua, considerando a escassez de profissionais capacitados no mercado e a alta demanda gerada por uma regulação que abrange desde a contabilidade até as exigências de capital. 

A adaptação aos novos padrões contábeis exige uma compreensão profunda dos aspectos atuariais e financeiros, tornando essencial a capacitação rápida ou a contratação de especialistas nesses campos específicos. Por isso, a equipe da Deloitte faz um grande esforço para acompanhar as mudanças e auxiliar nos processos, já que as normas possuem centenas de páginas complexas e sem case no Brasil. A capacidade de adaptação e inovação, aliada a investimentos estratégicos em recursos humanos e tecnologia, será crucial para o sucesso nesse ambiente em rápida transformação.

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