O grande volume de transações e a evolução do sistema financeiro brasileiro nos últimos anos exigem cada vez mais controle sobre os relatórios entregues, bem como o acompanhamento do desempenho das instituições financeiras.
A integridade e a consistência dessas informações são afetadas por fatores internos e externos, que podem causar potencial risco de perdas. O investimento em uma controladoria eficiente possibilita a mitigação destes riscos e, consequentemente, de possíveis consequências negativas sobre o negócio.
A controladoria exerce um papel fundamental no acompanhamento da sustentabilidade das instituições financeiras, reunindo dados sobre transações, investimentos, receitas e custos, e gerando relatórios capazes de apontar desperdícios, erros e, em casos mais complexos, fraudes.
Com a evolução recente do segmento bancário, a área da controladoria recebeu novas atribuições:
Segundo pesquisa lançada pela Deloitte e FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos) em abril de 2022, existem dois focos prioritários para os bancos brasileiros: Open Finance e segurança cibernética.
Com o crescimento nos últimos anos do digital banking, as instituições financeiras passaram a contar com processos de segurança cibernética e de prevenção a fraudes mais modernos. O uso de tecnologias de ponta na implementação de processos e controles facilita o dia a dia de seus clientes e garante a segurança necessária para as transações.
O Open Finance é um processo que começou a ser implantado em fevereiro de 2021 e que envolve o compartilhamento voluntário de dados empresariais, bancários, financeiros e comerciais de uma empresa, empreendedor ou pessoa física.
Esse compartilhamento acontece por meio de um ecossistema do qual podem participar bancos, corretoras de valores, seguradoras, plataformas de investimento e fundos de previdência e pensão, sendo regulados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Banco Central (BC).
O compartilhamento pode envolver dados de serviços bancários tradicionais e de outros produtos, gerando informações para as instituições financeiras avaliarem e ofertarem operações e serviços direcionados de acordo com a necessidade do cliente.
Com relação à segurança cibernética, as instituições financeiras têm investido neste tema em seus processos e transações para garantir a segurança dos seus clientes, devido ao aumento, nos últimos anos, de transações financeiras digitais como o PIX.
Existem dois principais desafios para a controladoria das instituições financeiras: o primeiro será o de acompanhar o crescimento dos negócios digitais, garantindo e fornecendo informações de qualidade que possibilitem a tomada de decisões estratégicas pela administração. O segundo será o de implementar controles que possam mitigar riscos de fraude e segurança.
A prioridade é buscar oportunidades de negócio que possam ser geradas por meio dos dados compartilhados no Open Finance, que possam ser processados e analisados em conjunto pela companhia, e suportados por informações fornecidas pela controladoria, gerando maior rapidez e segurança para tomadas de decisões de negócios e investimentos.
Além deste processo, é importante que a controladoria tenha conhecimentos técnicos e de negócios para observar as necessidades dos clientes e avaliar os aspectos operacionais, sistêmicos e financeiros, a fim de auxiliar a administração da instituição nas melhores decisões.
Além da área em questão processar e fornecer informações para as tomadas de decisões estratégicas, ela é uma das principais fontes de dados para o controle e o gerenciamento de riscos sobre cada transação financeira processada pela empresa.
Para que este controle possa ser executado com qualidade, é necessário que exista uma coleta adequada de dados, tratamento e processamento das informações, gerando relatórios em formatos que possibilitem as análises dos diversos interessados.
Mudanças em cenários internos e externos podem afetar a coleta desses dados, a geração das informações e de relatórios; por isso, é importante a revisão periódica dos processos, das informações que estão sendo geradas e dos controles que foram implementados.
Aproveitar as informações e processos gerados pelo Open Finance é uma oportunidade de fortalecer a controladoria e os negócios da instituição, oferecendo maior confiança e transparência nos relatórios.
1) Mapeie todos os dados e informações
É necessário que a instituição mapeie todos os inputs de dados disponíveis para que seja possível uma avalição completa. Além deste mapeamento, é importante preparar todos os sistemas e processos que serão utilizados para a transformação desses dados em informações. Nessa fase, deve-se identificar no processo possíveis necessidades de redução de custos ou otimizações.
2) Efetue um planejamento de forma antecipada
Implementar processos de controle e tratamento de dados, sejam gerenciais ou contábeis, não é algo simples nem rápido. Além disso, muitas vezes é necessário o investimento em sistemas, processos e pessoas. Para efetuar um bom planejamento, é importante contar com especialistas com conhecimento do negócio, que entendam as necessidades dos usuários e as informações que serão geradas. Nesta fase, é necessário seguir a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), preservando a confidencialidade dos clientes.
3) Mantenha o foco nas informações que serão geradas
Os processos precisam ser construídos de forma que otimizem ao máximo as informações geradas e o custo para obtê-las. É importante verificar as informações que já são geradas pela controladoria e demais áreas de negócio da organização, com o intuito de não produzir informações duplicadas.
4) Analise os relatórios, formatos de apresentação e periodicidade
É importante avaliar os tipos e formatos de relatórios que serão gerados, e sua periodicidade de envio, além de alinhar as necessidades desses materiais com os principais interessados. É comum a diretoria das empresas receberem relatórios que demandam muito esforço das áreas, mas que nunca são utilizados. Lembre-se: o excesso de informações, ou até mesmo informações desconectadas com as demais áreas da instituição, podem mais atrapalhar do que ajudar nas tomadas de decisão.