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Pesquisa da Deloitte mostra que 58% das grandes empresas do Brasil têm controles de riscos alinhados à estratégia de negócios

  • Levantamento “Future of Controls” traz que o País
    está ligeiramente à frente da média global e tem oportunidades e desafios para avanços de governança envolvendo cultura, pessoas, tecnologia e suporte especializado; 
  • Para 62% dos respondentes no Brasil, há um alto nível de comprometimento da liderança com controles, índice em linha com o global;  
  • No entanto, somente para 39% dos entrevistados de empresas no Brasil a maturidade da Gestão de Riscos da empresa é “Avançada ou Madura”.

A pesquisa da Deloitte “Future of Controls” mostra que 58% das grandes empresas participantes do Brasil têm controles de riscos alinhados à estratégia de negócios. O resultado é ligeiramente superior à média global – que é de 52% - mas revela oportunidades e desafios de governança que envolvem especialmente, cultura, processos, pessoas, tecnologia e suporte especializado.

O levantamento feito pela Deloitte com executivos C-level ao longo de 2024 revela dados e insights de mais de 500 organizações de diversos setores (55 do Brasil), em mais de 30 países. A jornada de mitigação de riscos das organizações empresariais varia de acordo com a estratégia e a maturidade dos negócios, o nível de pressão de conformidade regulatória, as tendências específicas do setor e o ambiente nos quais elas estão inseridas para o desenvolvimento econômico.

Empresas com controles inteligentes seguem princípios comuns, que em linhas gerais, consistem no alinhamento dos controles à estratégia e propósito, forte e consistente apoio da liderança reiterando a necessidade e valor dos controles, estrutura equilibrada para controlar o que realmente importa, responsabilidade da primeira linha sobre os controles, digitalização dos controles para operarem de forma eficaz e preditiva, bem como alto compromisso com a melhoria contínua.

Entre os respondentes, 62% das empresas no Brasil classificaram o “tone at the top” (termo em inglês, que representa o compromisso e a postura ética da alta liderança, nesse caso frente aos riscos) como alto ou muito alto. No global, foram 63%.

No entanto, somente consideram a maturidade da gestão de riscos e de controles internos como “avançada ou madura”, respectivamente, 39% e 40% dos entrevistados de empresas no Brasil. Índice próximo ao global de 40% para gestão de riscos e 39% para controles internos.

“A estrutura de gestão de riscos e a definição clara da estratégia de controles atrelada ao apetite a risco devem ser tratados como prioridade pelas organizações, que nem sempre dispõem de robusta documentação de processo e avaliação de risco, e uma simbiose com o negócio, fazendo parte do fluxo decisório das organizações. É difícil acompanhar a velocidade das transformações contínuas. Nesse contexto, movimentos para a cultura de engajamento, dos investimentos tecnológicos e do apoio especializado são os mais recomendados para a boa governança.”, afirma Camila Boretti, sócia-líder da prática Accounting & Internal Controls da Deloitte.

Quanto à experiência da equipe em riscos e controles, 45% das empresas participantes no Brasil disseram que possuem time qualificado. Por outro lado, 55% dos respondentes consideram a experiência baixa ou em desenvolvimento. Das empresas que possuem madura maturidade de riscos, mais de 40% consideram sua equipe experiente ou muito experiente. Globalmente, 46%.

Terceirização das atividades

Os dados revelam que muitas empresas recorrem à terceirização das atividades de controles. No Brasil, 53% dos respondentes terceirizam algum tipo de serviço de controles, pontualmente ou regularmente. A falta de recursos internos e falta de conhecimento são os principais motivadores da contratação de terceiros. Globalmente, 48% disseram recorrer a esse tipo de contratação.

A pesquisa também mostra que ainda há oportunidades para evoluir o ambiente de controle das seguintes maneiras: aumentar o número de profissionais dedicados (35% no Brasil e 27% global); aprimorar cultura de riscos (29% no Brasil e 25% global); automatizar controles (10% no Brasil e 10% global); aumentar pontos focais de controles nas linhas de negócio (10% no Brasil e 10% global); otimizar controles (10% no Brasil e 13% global), aprimorar o gerenciamento de controles (4% no Brasil e 7% global); e harmonizar controles (2% no Brasil e 9% global).

Documentação de riscos e controles no Brasil

Cerca de 51% das empresas brasileiras possuem documentação de riscos e controles em narrativas ou fluxos, enquanto 36% das empresas mencionaram ter narrativas e fluxos, mas sem riscos e controles documentados. E ainda 51% das empresas possuem normas, orientações ou modelo padrão para suportar as atividades de riscos e controles chave.

O levantamento mostra que no Brasil 64% das empresas testam seus controles pelo menos uma vez ao ano. Para 54% dos respondentes brasileiros a rastreabilidade dos resultados de controle é suficiente e confiável para monitorar a atividade.

Por outro lado, 55% das empresas mencionaram que os auditores externos não confiam ou confiam parcialmente no ambiente de controles e 81% das empresas relataram aumento de esforço para garantia dos controles devido a uma deficiência, falha de controle identificada, mudança de processo.

Digitalização

A digitalização dos controles ainda é um desafio: 28% das empresas brasileiras ainda dependem de controles manuais, 66% possuem um “mix” de controles manuais e automatizados e somente 2% das empresas entendem que
seu ambiente de controles é altamente automatizado.

Entre os principais obstáculos para digitalizar a estrutura de controles internos citados na pesquisa estão a falta de conhecimento das possibilidades oferecidas pela tecnologia e a falta de recursos humanos para desenvolvimento ou implementação.

“As empresas com controles altamente automatizados possuem controles alinhados com a estratégia, alta maturidade de riscos e controles internos, e consideram o uso de diversas tecnologias para execução e testes de controles. Elas também contam com automação de processos e há melhoria contínua em todos os níveis da organização, ou seja, estruturam seu ambiente interno para fortalecer a resiliência, estarem prontas para o futuro e prosperar no ambiente de volatilidade e incerteza”, afirma Patricia Izu, sócia da prática Accounting & Internal Controls da Deloitte.

Jeffrey Group
Assessoria de imprensa
deloitte@jeffreygroup.com