O Open RAN (Open Radio Access Networks) é uma arquitetura de rede pensada para promover a interoperabilidade por meio de hardware, software e interfaces abertas. Ainda que sua utilização esteja em estágio inicial, as implantações estão em fase de crescimento pelo mundo e a expectativa é de que dobrem nos próximos anos.
Ancorado na virtualização e padronização, o Open RAN é apontado como uma das tendências tecnológicas com mais potencial para remodelar o setor de telecomunicações – e tem recebido interesse mundial das empresas. O sistema, no entanto, ainda está amadurecendo e precisa lidar com a complexidade associada a um ecossistema ampliado que depende da desagregação da infraestrutura.
Aumenta a diversidade de fornecedores: a expansão do ecossistema Open RAN dá às operadoras a oportunidade de evitar o bloqueio do fornecedor e de “misturar e combinar” os melhores elementos de rádio da categoria.
Acelera o desenvolvimento de recursos: as operadoras podem realizar atualizações em hardware comoditizado usando soluções baseadas em software, encurtando os ciclos de atualização e inovação.
Simplificar operações: à medida que as redes aumentam em complexidade, o Open RAN pode aproveitar a força das técnicas de análise e AI/ML para automatizar as operações.
Estimular inovações: além do estímulo do mercado que impulsiona a inovação, a desagregação dos componentes de RAN e a mudança para uma abordagem orientada por software dão às empresas de telecomunicações a liberdade de explorar tecnologias disruptivas e novos recursos.
Reduzir custos: a crescente concorrência de fornecedores e a flexibilidade para selecionar hardware (não proprietário) para componentes RAN específicos podem levar a custos iniciais mais baixos, enquanto a adoção de capacidades de automação pode evitar os custos associados à complexidade desse ambiente de rede futuro.
Lidar com integração complexa: o Open RAN potencializa ambientes de vários fornecedores, que exigem integração entre diferentes módulos de software ou entre soluções de software e hardware, maximizando assim a complexidade da integração do sistema. Para uma operadora brownfield, esse contexto pode ser mais desafiador, pois precisará considerar tecnologias legadas presentes na rede.
Habilitar a orquestração de serviço End to End: Operadoras de telecomunicações vêm tentando habilitar a orquestração de serviços E2E nos últimos anos e a adoção de Open RAN pode facilitar esse objetivo devido à adoção de APIs e interfaces abertas. O desafio existe para todas essas empresas, mas as brownfielders provavelmente precisarão fornecer capacidades de orquestração de serviços E2E para suas arquiteturas Open RAN e legadas, aumentando assim a complexidade.
Desempenho de rede consistente e seguro: uma preocupação frequentemente apontada está relacionada à maturidade tecnológica das soluções Open RAN em comparação com as arquiteturas tradicionais, que estão implantadas massivamente em redes altamente densas e exigentes. Assegurar a paridade de recursos, desempenho de rede consistente e QoE é fundamental. Espera-se que as brownfielders, devido à integração de tecnologias novas e legadas, enfrentem desafios adicionais para implantar o Open RAN.
Capacidade de operações e manutenção: a manutenção e a operação de rede em geral podem inicialmente se tornar mais complexas pelo aumento do número de fornecedores necessários para implantar um único site. Além disso, é necessário um novo perfil de equipe técnica, passando de hardware para um ambiente centrado em software e virtualizado. As habilidades de DevOps, CI/CD e IA/ML serão primordiais para assegurar o desempenho operacional adequado da rede diariamente.
Gerenciamento do ciclo de vida da rede: como as redes Open RAN devem ser ambientes de vários fornecedores, as atualizações devem ser cuidadosamente planejadas e coordenadas entre os diferentes provedores na rede para reduzir os riscos de problemas de interoperabilidade. Espera-se que as operadoras brownfield tenham um obstáculo adicional, pois precisam considerar os possíveis impactos na rede legada.