No ambiente digital e regulatório atual, ser produtivo na cadeia de construção é mais do que fazer mais com menos. É ativar a cadeia de modo inteligente, em uma relação sinérgica com uma rede de provedores que irão agregar agilidade, inovação, qualidade e sustentabilidade aos projetos. É com essa perspectiva que a Deloitte apresenta o estudo “Produtividade e oportunidades para a cadeia de construção”.
O estudo traz um levantamento de mercado com base em uma pesquisa inédita com 144 empresas e em análises de dados estatísticos e de grandes tendências para o setor.
Considerando os desafios da cadeia de forma abrangente, produtividade é a capacidade de fazer mais com os mesmos recursos, otimizando não apenas processos isolados, mas com abordagens integrativas que se utilizem das melhores aplicações de metodologias e tecnologia disponíveis.
A eficiência da mão de obra é o maior desafio para a execução de obras e atividades
“Em um contexto de grande competitividade, a solução para que os players da cadeia de construção atinjam a diferenciação competitiva está em desagregar no máximo possível as etapas de produção, criando parâmetros individuais que permitirão uma avaliação detalhada dos impactos dos fatores externos de influência. Com múltiplos parâmetros e diversos indicadores para análise, a tecnologia será fundamental para a coleta, análise e gestão correta dos indicadores de produtividade.”
Giovanni Cordeiro, diretor de Pesquisas da Deloitte
A diversidade da cadeia de construção atesta a relevância e a representatividade do setor na economia, mas impõe o desafio de integrar uma cadeia com organizações de diferentes portes, objetivos de negócio e graus de maturidade de gestão e governança. Nesse sentido, a gestão de terceiros e o cumprimento de prazos por parceiros, por exemplo, são aspectos desafiadores para as empresas, em seu processo de buscar integração entre os diferentes agentes da cadeia.
Soma-se a esse cenário o crescente papel das chamadas construtechs, as startups que estão trazendo soluções inovadoras e que têm ocupado um papel importante como parceiras de empresas consolidadas e de grande porte. Para trabalhar em conjunto, porém, será necessário que haja uma maior padronização de processos, para que os elos se conectem em torno de um trabalho mais eficiente e eficaz em conjunto. Assim, a troca de expertise e capital humano por meio do fortalecimento do ecossistema será fundamental para converter de fato as tecnologias adotadas em ganhos de produtividade e previsibilidade para a cadeia.
38% das empresas do setor de Construção e incorporação têm parcerias com construtechs
No Brasil, a cadeia de construção ainda encontra barreiras de entrada para a inovação, como a fragmentação do ecossistema, a complexidade técnica, a regulamentação e o alto custo de capital. Contudo, há oportunidades para que essas barreiras sejam contornadas, especialmente por meio de novos modelos colaborativos de desenho de projeto, orçamento, contratação, orçamento e gestão, que incorporem a inovação como um valor desde o seu início.
Esse processo demanda um esforço de mudança de mentalidade e de governança integrada, para que essas competências inovadoras e tecnológicas se convertam em resultados duradouros. Quando a inovação não é vista como um diferencial competitivo para quem contrata, perde-se a oportunidade de engajar a cadeia em torno de competências tecnológicas que trarão benefícios não só para aquele projeto específico, mas para os demais que virão, em um processo crescente de evolução. Porém, essa visão só se faz possível quando se assume que o custo não é o único fator determinante para uma contratação, e que é preciso estar aberto a novas soluções que irão fortalecer os processos da cadeia de forma conectada e consistente.
O mercado brasileiro já compreendeu a necessidade de avançar nesse sentido, especialmente por conta dos desafios e das transformações do ambiente competitivo e de negócios. As organizações têm empenhado esforços para tentar trazer a mudança e a inovação para dentro da estratégia. Contudo, para além da intencionalidade, é preciso conseguir fazer essa transformação acontecer no setor e na própria organização. Em outras palavras, tangibilizar essa estratégia em iniciativas, conexões e implementações que vão gerar essa produtividade.
O alto custo para a manutenção das tecnologias é uma preocupação importante para as empresas dos setores de serviços, comércio e indústria relacionados à construção.
Para as organizações do setor de Construção e incorporação, o principal tema de atenção nesse aspecto é a falta de uma estratégia coordenada para implantação de novas tecnologias, seguido pela falta dedefinição sobre qual tecnologia adotar.
“A transformação digital das operações permite a melhor gestão na busca constante de eficiência emelhora a previsão e a mitigação dos riscos a partir da etapa de planejamento de um novo projeto.”
Eduardo Raffaini, sócio-líder de Infrastructure & Capital Projects da Deloitte
Os investimentos relacionados à cadeia de construção podem ser realizados por empresas privadas, empresas públicas e por parte do governo nas esferas federal, estaduais e municipais.
O levantamento dos investimentos aqui apresentado envolve os segmentos de mineração, metalurgia, papel e celulose, siderurgia, indústria química, petróleo e gás, ferrovia, portos, aeroportos, saneamento, energia, telecomunicações, rodovias, obras urbanas, estaleiros, fabricantes de aviões, fabricantes de trens e transportes por trilhos, fabricantes de automóveis e construção civil. Esses segmentos foram agrupados em três diferentes setores.
R$ 2,7 trilhões de investimentos previstos até 2030