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FRTB no Brasil

Uma jornada estratégica para um sistema financeiro mais resiliente e eficiente

Contexto

O panorama financeiro global encontra-se em constante transformação, impulsionado por inovações disruptivas e imperativos regulatórios. Nesse contexto dinâmico, o Fundamental Review of the Trading Book (FRTB) emerge como um catalisador crucial, remodelando a gestão de risco de mercado no Brasil e impulsionando a resiliência do Sistema Financeiro Nacional (SFN).

No Brasil, a implementação do FRTB representa um marco crítico para o SFN, exigindo uma reavaliação abrangente das práticas de gerenciamento de risco de mercado. O processo está sendo conduzido de forma faseada, e o momento atual é de grande complexidade, devido à necessidade de alinhamento entre os aspectos de governança e o cálculo do requerimento de capital.

Resolução BCB nº 470: o novo paradigma da gestão de riscos de mercado – Fase 3

A Resolução BCB nº 470, publicada em 30 de abril de 2025, estabelece os procedimentos para o cálculo dos ativos ponderados pelo risco (RWA) relacionados às sensibilidades dos instrumentos sujeitos ao risco de mercado – RWA SENS. Esta resolução, que altera as Resoluções BCB nºs 200, 111, 265 e 313, representa um avanço fundamental na busca por um modelo de gerenciamento de risco mais granular, sensível e alinhado com as melhores práticas globais – pilar central da Fase 3.

O processo de cálculo consiste na identificação de instrumentos financeiros, mapeamento de fatores de riscos e cálculos de sensibilidades que são agregados por processos de consolidação com correlação, incentivando as organizações a terem um portfólio dinâmico e diversificado.

A jornada para a implementação do RWA SENS, embora complexa, representa uma oportunidade ímpar para as instituições financeiras brasileiras aprimorarem suas práticas, fortalecerem suas estruturas e se posicionarem como líderes em um mercado cada vez mais exigente.

Benefícios estratégicos da implementação do FRTB

A adoção do FRTB oferece uma série de benefícios estratégicos para as instituições financeiras, incluindo:

  • Alinhamento com as melhores práticas: adoção de metodologias de gerenciamento de risco de mercado consistentes com os padrões internacionais mais avançados.
  • Sensibilidade ao risco aprimorada: implementação de um modelo de risco que responde de forma mais precisa às nuances e complexidades dos instrumentos financeiros.
  • Incentivo à gestão ativa de riscos: reconhecimento e incentivo à utilização de estratégias de hedge para mitigar riscos e otimizar a alocação de capital.
  • Otimização da diversificação: reconhecimento dos benefícios da diversificação na redução do risco global da carteira, permitindo uma alocação de capital mais eficiente.
  • Adequação de capital otimizada: melhor alinhamento entre o capital alocado e o perfil de risco das exposições de longo prazo, resultando em uma utilização mais eficiente dos recursos.
  • Gestão integrada de riscos: reconhecimento do impacto das transferências internas de risco entre carteiras, promovendo uma visão holística e uma gestão mais eficaz dos riscos em toda a instituição.
  • Resiliência em cenários de crise: alinhamento da exigência de capital com as perdas históricas em cenários de crise, fortalecendo a capacidade da instituição de resistir a choques de mercado.

Principais desafios da implementação do FRTB no Brasil

A implantação do FRTB traz uma série de desafios que consiste desde a qualidade dos dados até a capacitação das equipes, podendo ser encarado como um catalisador para a inovação, a eficiência e a excelência na gestão de riscos.

Qualidade, integração e disponibilidade de dados

  • Captura de dados: requer identificação e fontes de dados em múltiplos sistemas internos e externos para capturar: o universo de posições, rating, fatores de risco, parâmetros de mercado etc.
  • Qualidade e granularidade: dados incorretos, incompletos, desatualizados ou com baixa granularidade comprometem a apuração do RWA SENS e aumentam o risco de não conformidade.
  • Mapeamento de sensibilidades: nem todas as posições têm sensibilidades facilmente identificáveis, especialmente instrumentos menos líquidos ou operações estruturadas.
 

Capacidade tecnológica e computacional

  • Processamento intensivo: o cálculo será feito de forma diária e, portanto, será um processo intensivo, sendo necessário a revisão da arquitetura operacional de forma a identificar a necessidade de upgrade de infraestrutura (cloud, servidores, sistemas analíticos).
  • Automação: a automação dos fluxos de cálculos, validações e reporte é fundamental para evitar erros manuais e cumprir prazos regulatórios.

Governança e documentação

  • Documentação robusta: é obrigatório manter documentação detalhada sobre fontes de dados, metodologias, parametrizações, testes e validações.
  • Auditoria e rastreabilidade: registros auditáveis para cada componente de cálculo, permitindo revisões internas e auditorias do Banco Central.
  • Governança dos modelos: comitês de risco e validação de modelos precisam ser aprimorados conforme as novas exigências do FRTB.

Capacitação técnica de equipes

  • Especialização: há necessidade de qualificação dos times de risco, TI, modelagem e reporte para compreender e operacionalizar o novo framework.
  • Integração das áreas: um processo eficiente demanda atuação coordenada de áreas de risco de mercado, negócio, TI e compliance.

Deloitte: sua parceira estratégica na jornada do FRTB

Na Deloitte, compreendemos a magnitude deste desafio e as oportunidades que ele apresenta. Há mais de uma década, estamos na vanguarda da análise e da implementação de regulamentações financeiras, capacitando nossos clientes a não apenas cumprir as exigências, mas também a prosperar em um ambiente de negócios cada vez mais complexo.

A implementação do FRTB é um projeto complexo que exige expertise multidisciplinar e um profundo conhecimento das nuances regulatórias e das melhores práticas de mercado. A equipe de especialistas da Deloitte está preparada para auxiliar a sua instituição em cada etapa deste processo por meio de uma abordagem robusta, conectando as questões técnicas e a governança de riscos, alavancada pelo uso de aceleradores e ferramentas.

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