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É impossível listar todas as iniciativas de Open Banking existentes ao redor do mundo, visto que elas atravessam várias dimensões, incluindo cronogramas de implementação; a gama de produtos e serviços; e o tipo de instituições e terceiros abrangidos. No entanto, todas se enquadram em uma das duas categorias: orientados para o mercado ou orientados para regulamentações.
O Open Banking na União Europeia e no Reino Unido pode ter começado, principalmente, como forma de promover a concorrência no setor bancário e de pagamentos. No entanto, vemos agora que seu impacto é muito mais amplo. O Open Banking promete criar uma nova infraestrutura de compartilhamento de dados, que formará a base de uma gama muito mais rica de serviços e produtos em toda a indústria financeira e, criticamente, em outros setores também.
Neste contexto, a regulamentação de dados terá um impacto transformador na forma e estrutura dos serviços financeiros, especialmente no contexto de compartilhamento de dados e portabilidade. Se está claro que o Open Banking e o compartilhamento de dados estão confundindo os limites entre os serviços financeiros e outras indústrias, ainda não sabemos se a colaboração entre os reguladores de serviços financeiros e as DPAs (Data Protection Authorities, na sigla em inglês) é suficiente para responder a esses desafios.
As iniciativas de Open Banking ainda estão nos estágios iniciais de implementação. Muito mais precisa ser feito por empresas e reguladores para aumentar a consciência do consumidor e alcançar escala, mesmo em jurisdições como o Reino Unido, onde as regulamentações de Open Banking já estão em vigor. A criação de um ecossistema de compartilhamento de dados entre setores, seguro e totalmente funcional, levará ainda mais tempo.
Qualquer instituição financeira que deseje ter sucesso neste novo ambiente precisará passar por uma revisão radical de sua estratégia de longo prazo, bem como de suas capacidades tecnológicas e operacionais. Acima de tudo, as IFs precisarão reconhecer que, de agora em diante, colocar os clientes totalmente no controle de seus dados será um imperativo comercial e regulatório.
Em uma parceria com a TV Estadão, Sergio Biagini, sócio-líder da indústria de Serviços Financeiros da Deloitte, e Ivo Mósca, superintendente de Open Banking e Pix do Itaú e líder do Grupo de Trabalho de Open Banking pela Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), comentam as principais transformações que o Open Banking traz para as organizações e para o setor financeiro.