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Um olhar para inovação

Promovendo ganhos de competitividade e crescimento

Por Glaucia Guarcello, sócia de Capital Projects & Asset Transformation; Clarisse Gomes, diretora de Capital Projects & Asset Transformation e Fernanda Rodrigues, gerente de Capital Projects & Asset Transformation. Com participação de Vitor Benevides (diretor de Implantação – DI); David Resende (gerente geral de Portfólio Capex & PMO); Gustavo Lage (gerente do PMO da DI); Renato Staudinger (gerente de TI) e Paulo Araújo (gerente de Melhoria Operacional) na MRN.

Center for Capital Projects & Asset Transformation

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As maiores e mais bem-sucedidas organizações da atualidade reconhecem que uma das formas mais promissoras de impulsionar o crescimento é por meio da inovação. A inovação gera diferenciais competitivos, abre portas para novos negócios, desenvolve novos serviços e produtos e atualiza processos, aumentando a agilidade e valor para as organizações. No entanto, algumas empresas enfrentam desafios para estabelecerem ambiente e métodos que sejam propícios a inovação.

Em conjunto com a empresa Mineração Rio do Norte – MRN, o time de “Capital Projects & Asset Transformation ” da Deloitte realizou um trabalho para estruturar a gestão de inovação na Diretoria de Implantação (DI) da MRN, visando alavancar o valor e acelerar as iniciativas de inovação da diretoria. Para compreensão da estruturação da governança e do portfólio de inovação para a DI, foram conduzidas entrevistas com os profissionais da MRN que participaram ativamente desse desenvolvimento: Vitor Benevides, diretor de Implantação; David Resende, gerente geral de Portfólio Capex & PMO; Gustavo Lage, gerente do PMO da DI; Renato Staudinger gerente de TI; e Paulo Araújo, gerente de Melhoria Operacional. Contamos um pouco desse processo no artigo a seguir.

Além das barreiras

“Tornou-se um desafio mostrar que a inovação vai das coisas mais simples às mais complexas, mas que vem no sentido de aprimorar processos, reduzir custos, garantir mais segurança e alavancar a sustentabilidade do negócio e do meio ambiente. Os discursos da inovação têm de ser trabalhados no dia a dia da empresa, para que as melhorias não sejam associadas somente à transformação digital.” - Vitor Benevides, diretor de Implantação de Projetos.

A MRN é uma mineradora consolidada no mercado – é a maior produtora brasileira de bauxita, matéria-prima do alumínio, produzindo e exportando em torno de 12,5 milhões de toneladas por ano . Atualmente, empregam mais de seis mil profissionais envolvidos na extração, no beneficiamento, no transporte, na secagem e no embarque em navios que distribuem a bauxita para refinarias de três continentes ao redor do mundo.

A organização, que conta com uma operação mineral e industrial no mercado desde 1979, identificou em sua Diretoria de Implantação (DI), a oportunidade de estudar novas formas de conduzir as inovações. Essa iniciativa visava, principalmente, dar foco a prioridades estratégicas e à gestão organizada para dosar os ganhos e esforços dos projetos inovadores.

A DI é uma diretoria organizacional clássica voltada à gestão de projetos de engenharia e construção industrial relacionados aos investimentos correntes de capital (CAPEX Sustaining Projects). Apesar de conduzirem diversas iniciativas de inovação, esse time frequentemente encontrava dificuldades na execução, como a falta de um processo estruturado, com diretrizes, práticas, metodologias e métricas celebradas. Não era possível confirmar quão assertiva era a decisão de priorizar as ações em curso, e qual era o retorno financeiro para a empresa, impossibilitando um ciclo de reinvestimento em inovação.


A ausência de práticas e processos de suporte às iniciativas inovadoras tolhia a construção de um roadmap de inovação assertivo. Além disso, a compreensão do time em relação a conceitos de inovação ainda era introdutória, assim como as ferramentas e os processos utilizados, dificultando o avanço das ações inovadoras. A descentralização não favorecia a estruturação de um portifólio de iniciativas pautado em retorno de investimento, prioridades estratégicas e direcionamento de esforços de desenvolvimento.

Diante desse contexto, a Deloitte foi contratada para suportar a organização de um direcionamento que abrangeria desde o apoio metodológico e processual, até o auxílio na transformação cultural e condução das iniciativas.

Do mais simples ao mais complexo

 

“A decisão de trazer um olhar externo teve como objetivo alcançar resultados de forma mais prática, com a implementação de metodologias já conhecidas e mensuração de resultados.” – Vitor Benevides, diretor de Implantação de Projetos

Ao mesmo tempo em que foram alinhadas as verdadeiras necessidades e objetivos do time com a estratégia e aspiração das lideranças, estabeleceram-se os fundamentos para o desenvolvimento de uma cultura de inovação sustentável a longo prazo. Nessa etapa, a otimização de custos e produtividade e a mitigação de riscos para o negócio e para a segurança ocupacional dos trabalhadores apareceram como direcionadores do portfólio de inovação.

A Deloitte e o time da DI da MRN mapearam diferentes oportunidades e desafios existentes internamente. Foram realizados workshops com a participação de mais de 50 profissionais de diversas áreas conectadas com as iniciativas de inovação da diretoria. Em paralelo, para inspirar este público, foi apresentado o estudo “Radar tecnológico de tendências”, que reúne as principais tendências da indústria de mineração. Essa etapa permitiu também identificar mais de 470 desafios e oportunidades relacionados à implementação de inovações na MRN.

O passo seguinte foi agrupar os desafios identificados por temáticas, para que pudessem ser priorizados de acordo com o momento da empresa. Houve então um terceiro momento, com a liderança da organização, para conhecer as ambições da diretoria e estabelecer um norte para os próximos dois anos de atuação, endereçando quatro desafios principais entre todos aqueles identificados.

Ao fim dessas etapas, foi possível reunir informações suficientes para estruturar o “Roadmap de inovação da DI”, para guiar as decisões da área e a implantação do seu portfólio.

Métodos e ações para impactos de valor e duradouros

 

De modo geral, um dos principais desafios da inovação é mensurar os resultados de forma tangível e clara. A equipe da Deloitte dispôs à MRN uma abordagem para alinhar os direcionadores estratégicos às rotinas de implantação das iniciativas de inovação junto ao time, seguindo a metodologia de stage-gate.

A partir dessa abordagem, a Deloitte e a MRN definiram orientações e diretrizes para a gestão de benefícios de inovação, estabelecendo um processo para mensurar o portfólio de inovação, trazendo mais robustez à lógica de “investimento e retorno” nos ciclos de stage-gate a serem percorridos por cada iniciativa inovadora. Foi criado também um comitê de governança de inovação, com disciplina e cadência nas decisões e condução das iniciativas.

Os benefícios, as estratégias de financiamento e o nivelamento de esforços de implantação poderiam também ser validados ao longo das etapas, permitindo a aplicação de uma estrutura analítica de trabalho, de estabelecimento de um padrão comparativo coerente entre iniciativas e de acomodação das decisões-chave pela liderança em momentos predefinidos.

Na vertente de potencialização dos ganhos com inovação e de entrega de valor antecipado, foi delineada uma proposta de open innovation. A diretriz foi buscar soluções prontas ou quase prontas associadas às ambições e aos desafios que já tinham sido priorizados. Uma lista de soluções foi formada, contando com a indicação de agentes de mercado que pudessem torná-las viáveis, com o intuito de gerar valor antecipado e, posteriormente, alavancar o reinvestimento dos ganhos com inovação no próprio portfólio, o tornando autossustentado.

Durante toda a jornada, com a intenção de mobilizar a transformação empresarial, a Deloitte ofertou workshops de aculturamento. Os temas abordados foram “Desvendando a cultura de inovação”, com apresentação de Hugo Tadeu, Conselheiro em Capital Projects & Asset Transformation da Deloitte e professor da Fundação Dom Cabral; e “Lean construction como integração”, por Fernanda Tauffenbach, diretora de Capital Projects & Asset Transformation da Deloitte. Essas foram ações importantes para aumentar a percepção do time e da liderança da MRN sobre a necessidade de recorrência das iniciativas de inovação para a perenidade e manutenção dos retornos de valor.

Todo esse processo permitiu à Diretoria de Implantação da MRN construir um roadmap e um portfólio estruturado de inovação, tendo em mãos processos e metodologias de governança para a gestão das iniciativas inovadoras. A Deloitte apoiou o início e o desenvolvimento dessa jornada, trazendo disciplina e conhecimento de ponta para a estruturação da gestão inovação da DI.

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