Ir para o conteúdo principal

A tecnologia como diferencial competitivo e de produtividade para empresas

Um dos pilares que sustentam o desenvolvimento dos negócios, sendo destaque ante os concorrentes e fidelização de clientes

*Por Paulo de Tarso e Kelly Laenia

A transformação digital se consolidou como requisito imperativo para as empresas que almejam não apenas a resiliência, mas, sobretudo, se tornarem líderes em um cenário global cada vez mais dinâmico e competitivo. A tecnologia figura como um aspecto fundamental em diversos setores, sendo um dos pilares que sustentam o desenvolvimento dos negócios, o destaque no mercado ante os concorrentes e a fidelização de clientes.

Esse diagnóstico fica claro na análise do Programa Empresas com Melhor Gestão (Best Managed Companies (BMC), em inglês), uma iniciativa global da Deloitte que há 32 anos reconhece as boas práticas de gestão empresarial em 45 países, e que no Brasil chega à sua quarta edição. O programa oferece um panorama valioso sobre as prioridades de investimento das organizações que se destacam pela excelência em gestão. 

A análise dos investimentos em tecnologia das 23 empresas participantes do BMC revela o foco claro em soluções que impulsionam a eficiência e a inovação. Inteligência Artificial (IA), visualização de informações e cloud computing, incluindo Software as a Service (SaaS), ocupam as primeiras posições no pódio das prioridades. Essa concentração não é aleatória; ela reflete a busca por otimização de processos, aumento da produtividade, redução de custos e, sobretudo, aprimoramento da experiência do cliente. 

As histórias compartilhadas por essas organizações demonstram como a adoção estratégica de tecnologias viabiliza a atração e fidelização de clientes, abrindo caminho para novos patamares de crescimento e uma diferenciação significativa frente à concorrência. O programa conta com uma diversidade setorial das empresas participantes, com mais da metade atuando no agronegócio, alimentos e bebidas, e ainda percentuais significativos em comércio, bens de consumo, prestação de serviços, infraestrutura e indústria extrativa, evidenciando a transversalidade da pauta tecnológica. Isso demonstra que a visão estratégica que a tecnologia oferece já é implementada em diversos setores. 

A lista completa dos investimentos em tecnologia é abrangente, indo desde segurança da informação e sistemas integrados de gestão até big data, gestão de pessoas e mapeamento e automação de processos. Incluem ainda questões como atendimento à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), gerenciamento de produção, atendimento e gestão de cliente, metodologias ágeis, Internet of Things, mídias sociais, design thinking, gestão de marketing, gestão do ciclo de vida do produto e blockchain, no leque de prioridades. 

Há ainda áreas em que é possível avançar no aproveitamento do potencial da tecnologia para os negócios, bem como a necessidade de assegurar as melhores práticas de segurança – preocupação crescente. Quando questionadas sobre os maiores riscos para o crescimento nos próximos 12 meses, as organizações apontam para desafios como custos de matéria-prima/insumos, flutuação das taxas de câmbio, maiores exigências regulatórias, riscos geopolíticos e, de forma proeminente, a segurança de TI.No que tange à eficiência operacional, os investimentos em tecnologia demonstram um apetite crescente por sistemas integrados de gestão, automação de processos, cloud/SaaS e segurança da informação, indicando níveis de maturidade tecnológica mais elevados nessas áreas. As atividades de inovação, por sua vez, estão concentradas no redesenho de processos. Embora temas como IA e blockchain sigam na agenda de inovação e diferenciação, muitas vezes em estágio exploratório ou de pilotos, há um claro viés de expansão acelerada. 

As oportunidades para a utilização de cloud e SaaS devem sempre caminhar para o aumento da escalabilidade e flexibilidade operacional, enquanto o uso de Inteligência Artificial e big data tem o potencial de gerar diferenciação por meio de personalização, automação e predição. Contudo, um risco reportado é a falta de integração entre sistemas legados e novas plataformas, um desafio comum na jornada de transformação digital.

Para que mais organizações sigam ampliando o olhar estratégico com relação às melhores práticas sobre tecnologia, é necessário adotar uma abordagem estruturada. O primeiro passo é definir uma jornada digital clara, em que a empresa mapeie seu nível de maturidade e alinhe seus investimentos com objetivos de negócio bem definidos. Em segundo lugar, é essencial focar em resultados rápidos com IA e automação, explorando casos de uso práticos, como atendimento automatizado, manutenção preditiva e análise de dados de clientes. 

A integração é outro ponto crucial, exigindo investimento em plataformas que permitam a comunicação fluida entre sistemas como ERP, CRM e ferramentas de marketing. Por fim, as empresas devem investir no desenvolvimento das competências internas, treinando equipes em análise de dados, segurança e metodologias ágeis para acelerar a transformação digital e garantir que a tecnologia seja, de fato, um motor de crescimento e inovação contínuos.

* Paulo de Tarso é sócio-líder do Deloitte Private Program e do Programa Empresas com Melhor Gestão e Kelly Laenia, gerente da prática de Capital Humano com foco em Transformação Organizacional na Deloitte Brasil. 

Did you find this useful?

Thanks for your feedback