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Como a tecnologia impulsiona o capital humano

Convergir para emergir

A inovação tecnológica atribui novos skills aos profissionais e a interação humana com novas tecnologias deve ser complementar e potencializar o papel das pessoas dentro das organizações.

Por Melissa Santiago de Almeida, consultora sênior de Human Capital

A inteligência artificial veio para ficar – nada de novo até aqui. Novo é o que mais será possível realizar com ela, por meio e a partir dela. Recentemente, um comercial de televisão causou certa controvérsia ao dar vida à ícone do MPB Elis Regina, falecida há mais de 40 anos. Quais os limites da tecnologia? Até onde ela pode ir para continuar sendo um serviço à humanidade? Quais as fronteiras entre a ética e a estética? São muitas as perguntas, e ainda poucas as respostas.

Como uma sociedade em constante transformação, nossa cultura está evoluindo à medida em que amadurecemos a forma de nos relacionar com nossas próprias criações, trabalho e pontos de vista. Ao mesmo tempo em que comemoramos o avanço da tecnologia e refletimos sobre as profissões que serão substituídas pela inteligência artificial em um futuro próximo, percebemos um movimento de valorização das capacidades individuais e das chamadas "soft skills" – que poderiam ser, na verdade, skills centrais, mas vamos deixar essa conversa para um próximo artigo.

No relatório Tendências Globais de Capital Humano 2023, da Deloitte, algumas conclusões mostram claramente esse movimento convergente entre inovar por meio da adoção da tecnologia e humanizar por meio da valorização do que as pessoas têm de único. O elemento humano é central, e isso é insubstituível. Ou seja, a tecnologia deve ser complementar e potencializar o papel das pessoas dentro das organizações, ajudando-as a se tornarem melhores versões de si mesmas.

E como as pessoas podem ser melhores para o trabalho? Comece por identificar e reconhecer suas habilidades. Isso será prevalente, em detrimento dos cargos. Tentar encaixar os trabalhadores em caixinhas pré-moldadas será menos eficaz do que valorizar e dar espaço para o que cada um tem de melhor. Uma cultura extremamente rígida e hierárquica, baseada em cargos definidos, tenderá a perder agilidade, inovação e diversidade, deixando de oferecer um ambiente inclusivo, igualitário e atraente – o que, naturalmente, impacta nos resultados. Sabe aquela pessoa que vende areia no deserto, mas não é tão boa assim em fórmulas de Excel? Que tipo de desafios caberiam a ela e a motivariam, gerando, ao mesmo tempo, um impacto maravilhoso para o seu negócio? E como a tecnologia poderia apoiá-la em seu ponto fraco, na elaboração de planilhas?

Em resumo: como a tecnologia contribui para tornar o trabalho melhor para as pessoas e as pessoas melhores para o trabalho? E como você identifica e reconhece sua equipe para que ela lhe entregue o que tem de melhor? Mais do que tendências, estamos falando de como as pessoas são a força-motriz de qualquer cultura e devem continuar sendo o piloto de sua história. Nada mais clichê, atual e maravilhoso do que colocar as pessoas no centro, sempre.

Quer saber mais sobre as tendências de Capital Humano? Acesse aqui o relatório "Tendências Globais de Capital Humano" da Deloitte.

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