Por Augusto Velasco Rampaso, Felipe Fieri Amado e Thais Hachebe Gonçalves, sócios de Auditoria & Assurance da Deloitte
Em 1 de janeiro de 2025 entra em vigor as Resoluções CMN nº 4.966/21, BCB 352/23 e complementares, e as medidas que os bancos e outras instituições financeiras precisam tomar para se adaptarem a elas são de extrema importância, como abordamos nesse artigo. No entanto, os entraves de sua implementação podem ser significativos para as organizações, afinal, a resolução representa um novo marco na regulamentação das instituições financeiras do País, mudando completamente a forma de se contabilizar e classificar instrumentos financeiros regulados pelo Banco Central, como por exemplo, aplicações financeiras, operações de crédito, operações de câmbio, captações, entre outros. O escopo da nova regra, que pode alterar cerca de 80% do balanço das empresas, se baseia na norma internacional IFRS 9.
Apesar dos diversos desafios, se compreendidos de maneira aprofundada, podem ser transformados em oportunidades, como por exemplo, uma maior comparabilidade de informação entre bancos brasileiros e instituições internacionais, tornando as organizações mais atrativas para captações e outras possibilidades valiosas.
A exigência de que as instituições brasileiras usem modelos mais precisos na hora de calcular as provisões para perdas de crédito – semelhantes à IFRS 9 –, gera um impacto em bancos de portes variados. Essa alteração traz maior confiabilidade às demonstrações financeiras e permite uma melhor gestão de risco, beneficiando o sistema financeiro como um todo.
Para que haja uma compreensão mais ampla de todas as mudanças trazidas pela nova norma, vale nos aprofundarmos nos principais desafios enfrentados na adoção da resolução. Apesar de serem barreiras para as organizações, eles também considerados os cinco pilares que podem alavancar os negócios, os quais são: Negócios, Impostos, Tecnologia, Pessoas e Finanças.
A adoção da Resolução CMN n° 4.966 traz esses desafios cujos impactos também serão percebidos nas demonstrações financeiras das instituições. No entanto, os cinco pilares demonstram que os bancos e instituições financeiras podem aproveitar as mudanças para acelerarem suas jornadas de transformação, revisitando seu gerenciamento de riscos e questões operacionais; unindo métricas e adaptações às novas normas; e aprimorando políticas de provisionamentos e de questões operacionais – esse movimento pode alavancar potenciais e tornar o negócio ainda mais atrativo e bem-sucedido.