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Millennials estão mais confiantes e entusiasmados com uso da Inteligência Artificial Generativa do que Geração Z, revela estudo da Deloitte

  • Pesquisa “Gen Z and Millennial Survey 2024” mostra que, entre os brasileiros da Geração Z, 22% se sentem entusiasmados com o uso da Inteligência Artificial Generativa, 21% têm incertezas e 21% sentem confiança. Já entre os Millennials, 33% se sentem entusiasmados, 28% confiam e 24% têm incertezas;
  • No Brasil, 9 a cada 10 entrevistados da Geração Z (91%) e Millennials (92%) acreditam que o propósito é importante para sua satisfação geral no trabalho e bem-estar, número é maior que a média global (86% GenZ e 89% Millennials);
  • 60% dos brasileiros pesquisados da Geração Z e 59% dos Millennials disseram ter pressionado seus empregadores para que fossem tomadas ações sobre as mudanças climáticas; índices globais são menores: 54% GenZ e 48% Millennials.

Os Millennials brasileiros se sentem mais entusiasmados com o uso da Inteligência Artificial Generativa (Gen AI, na sigla em inglês) e têm maior confiança na nova tecnologia do que os membros da Geração Z. É o que mostra a 13ª edição da pesquisa “Gen Z and Millennial Survey 2024”, realizada pela Deloitte - organização com o portfólio de serviços profissionais mais diversificado do mundo. Entre a Geração Z, 22% se sentem entusiasmados com a Gen AI, 21% têm incertezas e 21% sentem confiança. Já entre os Millennials, 33% se sentem entusiasmados, 28% confiam e 24% têm incertezas. 

As percepções positivas sobre a Gen AI aumentam com mais experiência prática, mas também crescem as preocupações no local de trabalho de ambas as gerações. A pesquisa mostra que 28% dos brasileiros da Geração Z e 36% dos Millennials são usuários frequentes da Gen AI no trabalho (disseram que a usam o tempo todo ou na maioria das vezes). Dentro dessas parcelas, 85% da GenZ e 94% dos Millennials acreditam que esse uso vai possibilitar mais tempo livre e melhorar o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal; 86% da GenZ e 95% dos Millennials acham que a Gen AI vai possibilitar mais tempo livre para focar em criatividade/estratégias no trabalho; 79% da GenZ e 80% dos Millennials acreditam que a nova tecnologia vai exigir que eles se requalifiquem e impactem suas decisões de carreira e 76% da GenZ e 78% dos Millennials acham que a Gen AI vai causar desemprego.

Entre os respondentes brasileiros, 53% da Geração Z e 55% dos Millennials concordam que os empregadores estão treinando as capacidades, os benefícios e os valores da Gen AI para os colaboradores de forma suficiente. Os entrevistados brasileiros da GenZ (18%) e Millennials (19%) já passaram por treinamento ou aprimoramento de habilidades da Gen AI, como parte de seu desenvolvimento pessoal. A pesquisa também identificou aqueles que planejam passar algum treinamento nos próximos 12 meses (42% GenZ e 48% Millennials), não têm planos (19% GenZ, 16% Millennials) e não têm certeza sobre seus planos (21% GenZ, 17% Millennials). Na pesquisa global, mulheres são menos propensas a buscar treinamento sobre a Gen AI. No Brasil, a situação se reflete entre os Millennials: apenas 12% das mulheres desta geração têm planos de passar por treinamento da nova tecnologia, contra 20% dos homens. Já na GenZ, 21% das mulheres planejam buscar treinamento, contra 17% dos homens.

"O contraste nas percepções sobre o uso da IA Gen entre a Geração Z e os Millennials reflete suas diferentes experiências e expectativas em relação à tecnologia. Os Millennials, tendo crescido em uma era de avanços tecnológicos rápidos, tendem a confiar mais na IA e se sentem mais entusiasmados com suas possibilidades. Por outro lado, a Geração Z, que cresceu em um ambiente de maior conscientização sobre questões sociais e ambientais, pode ser mais cautelosa em relação à IA, considerando seu potencial impacto no mercado de trabalho e na sociedade como um todo. No entanto, independentemente das percepções individuais, é claro que a IA Gen está rapidamente se tornando uma parte essencial do nosso futuro profissional e cotidiano. As empresas devem considerar essas diferenças de percepção ao implementar tecnologias baseadas em IA e garantir que haja espaço para discussão e adaptação, buscando soluções que garantam uma transição justa e inclusiva para o futuro do trabalho”, afirma Marcos Olliver, líder de People & Purpose da Deloitte.

Propósito influencia a satisfação no local de trabalho

No Brasil, 9 a cada 10 entrevistados da Geração Z (91%) e Millennials (92%) acreditam que o propósito é importante para sua satisfação geral no trabalho e bem-estar. O número é maior que a média global, de 86% entre a GenZ e 89% dos Millennials. Para 80% da GenZ e 80% dos Millennials brasileiros, o trabalho que exercem atualmente lhes dá um sentido de propósito, índice levemente menor que as médias globais (81% GenZ e 82% Millennials). Um percentual maior de Millennials (80%) disse estar satisfeito com o alinhamento entre seus valores pessoais e os propósitos da organização em que atuam em relação aos entrevistados da GenZ (76%). Ambas as gerações brasileiras já rejeitaram uma tarefa ou um empregador com base em suas crenças pessoais/ética. A pesquisa mostra que 46% dos entrevistados brasileiros da GenZ e 47% dos Millennials já recusaram atribuições ou projetos. Já 39% da GenZ e 45% dos Millennials recusaram possíveis empregadores por não estarem alinhados com suas crenças pessoais/ética.

Sustentabilidade ambiental influencia decisões de carreira e comportamento de consumo

A sustentabilidade ambiental é uma das principais preocupações para a Geração Z e Millennials. O estudo indica que 60% da Geração Z e 59% dos Millennials afirmaram que, junto com os colegas de trabalho, pressionaram os empregadores a tomarem ações sobre o aquecimento global. O mesmo comportamento é visto em relação ao consumo: 68% dos brasileiros da GenZ e 77% dos Millennials disseram que estão dispostos a pagar mais para adquirir produtos ou serviços ambientalmente sustentáveis.

Em relação às ações pessoais, 33% dos entrevistados brasileiros da GenZ disseram já ter pesquisado os impactos ambientais provocados pela companhia antes de aceitar um emprego. O número é ligeiramente maior entre os Millennials, 39%. Entre os respondentes brasileiros da GenZ, 18% afirmaram que já mudaram de emprego por causa de preocupações com os impactos ambientais. Entre os Millennials, o índice chega a 28%. A pesquisa identificou comportamentos já implementados pelos entrevistados no Brasil para pressionar as companhias a tomarem medidas positivas em relação às mudanças climáticas, como evitar “fast fashion” (36%% GenZ e 42% Millennials) e reduzir viagens aéreas (31% GenZ e 40% Millennials). Em relação às ações que ambas as gerações planejam adotar no futuro, estão a compra de um veículo elétrico (49% GenZ e 49% Millennials) e aderir a uma dieta vegana/vegetariana (26% GenZ e 30% Millennials).

“A conscientização das gerações mais jovens sobre as mudanças climáticas sinaliza uma mudança cultural e representa uma oportunidade para que as organizações se adaptem e liderem um caminho em direção a um futuro mais sustentável. Os dados servem como um importante alerta, pois indicam uma mudança nas expectativas de colaboradores e consumidores. As companhias que não levarem a sério a sustentabilidade ambiental correm o risco de perder tanto talentos quanto clientes. Ao adotar práticas sustentáveis, as organizações contribuem para a mitigação das mudanças climáticas e fortalecem sua reputação e posição no mercado”, afirma Marcos Olliver.

Impactos positivos na sociedade

Sobre os que acreditam que os negócios têm um impacto justo/muito positivo na sociedade em geral em que operam, 56% da GenZ no Brasil acreditam que sim, enquanto entre os Millennials, o número chega a 70%. Os índices são maiores que os globais (49% GenZ e 47% Millennials). Os entrevistados no Brasil acham que as empresas deveriam desempenhar um papel no combate à desigualdade social nas seguintes áreas: apoio a programas, bolsas escolares e mentoria (45% GenZ, 36% Millennials), criar oportunidades de emprego inclusivas (44% GenZ, 42% Millennials), garantia de equidade salarial e transparência (42% GenZ, 34% Millennials) e garantia de que novas tecnologias não estão aprofundando desigualdades sociais (29% GenZ, 26% Millennials). Os entrevistados brasileiros acreditam que as companhias têm influência moderada ou significativa sobre questões sociais, como uso ético da tecnologia (70% GenZ, 70% Millennials) e conscientização sobre saúde mental (64% GenZ, 59% Millennials). A pesquisa identificou que 74% dos entrevistados brasileiros da Geração Z e 73% dos Millennials se sentiram preocupados ou ansiosos por causa das mudanças climáticas, número acima da pesquisa global (62% GenZ, 59% Millennials).

Gerações seguem otimistas sobre finanças pessoais

A maior parte dos brasileiros da Geração Z (66%) e Millennials (62%) acredita que a situação financeira pessoal vai melhorar nos próximos 12 meses. Apesar de a média ser maior do que a global (48% GenZ e 40% Millennials), os índices diminuíram em 2024. Na pesquisa de 2023, 84% dos entrevistados brasileiros da GenZ e 78% dos Millennials acreditavam numa melhora da situação financeira pessoal. A percepção dos entrevistados brasileiros sobre a situação econômica geral também diminuiu. Em 2024, 39% da GenZ e 42% dos Millennials esperam que a condição econômica do país melhore nos próximos 12 meses, enquanto, no ano anterior, os números eram 72% e 65%, respectivamente. A situação política e social também é uma preocupação para ambas as gerações brasileiras. Apenas 31% dos entrevistados da GenZ e 34% dos Millennials acreditam que o cenário político e social do país deve ser melhor nos próximos 12 meses. Os índices eram 69% entre a GenZ e 66% entre os Millennials em 2023. Os entrevistados brasileiros também sentem que têm influência moderada ou significativa sobre questões sociais, como proteção do meio ambiente (66% GenZ e 63% Millennials), igualdade social (53% GenZ e 53% Millennials) e uso ético da tecnologia (54% GenZ e 56% Millennials).

Oportunidades de aprendizado e desenvolvimento para escolher emprego

A pesquisa mostrou que 32% dos Millennials escolheram a organização em que trabalham atualmente pelas oportunidades de desenvolvimento e aprendizado. Entre a GenZ, o número foi de 24%. Sobre o bom equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho, 23% da GenZ e 27% dos Millennials consideraram esta opção para a escolha. Maior salário ou outros benefícios financeiros foi apontado por 21% da GenZ e 23% dos Millennials. Em relação ao emprego anterior, 20% dos entrevistados brasileiros da GenZ apontaram o esgotamento como o motivo de deixar a antiga organização, 16% dos Millennials apontaram a mesma causa. Pagamento não suficiente (19% GenZ, 16% Millennials) e falta de oportunidades de progressão de carreira (18% GenZ, 29% Millennials) também foram citados pelos respondentes. A Geração Z que retornou ao emprego presencial nos escritórios (67%) aponta benefícios pela nova política de trabalho, como maior engajamento, conexão e colaboração entre os colegas, além de uma melhor rotina e estrutura de trabalho. Já os pontos negativos são impactos na vida financeira, no bem-estar mental e aumento dos níveis de estresse e redução da produtividade.

Saúde mental, assédio e microagressões 

A maioria dos respondentes brasileiros (60% da Geração Z e 63% dos Millennials) afirma que os empregadores levam a saúde mental dos profissionais a sério e têm políticas para ajudá-los nesse sentido. Para 85% dos entrevistados brasileiros da Geração Z e 88% dos Millennials, o suporte e as políticas de saúde mental são muito/razoavelmente importantes ao considerar um potencial empregador; ante 81% e 82%, respectivamente, dos pares globais. Quase 1/3 (31%) dos participantes da Geração Z no Brasil e 24% dos Millennials não se sentiriam confortáveis em falar abertamente com seu gerente direto sobre estresse, ansiedade ou outros desafios de saúde mental. É preocupante o número de brasileiros das duas gerações que relataram ter sofrido assédio ou microagressões no trabalho nos últimos 12 meses: 62% dos indivíduos da geração Z e 51% dos Millennials. As principais formas de assédio foram: contato físico, e-mails ofensivos ou sugestivos, e abordagens ou investidas físicas por colegas. Já as principais microagressões relatadas são: piadas inapropriadas, exclusão de interações ou conversas informais e desvalorização por líderes por contas do gênero. 

Os entrevistados que reportaram o assédio que sofreram contaram como a organização lidou com o problema: 47% da geração Z disseram que a empresa reagiu muito bem ou bem e 27% disseram que a organização não lidou bem; 18% não reportaram o assédio e 9% preferiram não responder. Entre os Millennials brasileiros que reportaram, 60% afirmaram que a empresa lidou muito bem ou bem, enquanto 19% disseram que a empresa não lidou bem; 16% não reportaram e 4% preferiram não responder.

Níveis de estresse continuam altos 

A pesquisa mostrou que 48% dos entrevistados brasileiros da Geração Z se sentem ansiosos ou estressados a maior parte do tempo, contra 40% dos Millennials. Na comparação com o levantamento global, os índices chegam a 40% GenZ e 35% Millennials. Sobre os motivos, 39% da Geração Z e 40% dos Millennials no Brasil disseram que o trabalho é um fator que contribui muito para estes sentimentos. Os três principais aspectos do emprego que levam a esse estresse são: jornada de trabalho longas (56% GenZ, 55% Millennials), a sensação de que as decisões no trabalho não são tomadas de forma justa (54% GenZ, 63% Millennials), não ser reconhecido ou recompensado adequadamente pelo trabalho desempenhado (53% GenZ, 61% Millennials).

Apenas 48% dos membros da Geração Z no Brasil afirmam ter bem-estar mental, contra 51% em todo o mundo. Entre os Millennials, esse índice salta para 71% ante 56% na pesquisa global. A percepção de ambas as gerações é de que as empresas, no geral, se preocupam com o bem-estar do trabalhador. A pesquisa mostrou que 61% dos entrevistados brasileiros da GenZ acreditam que o empregador leva a sério a saúde mental dos colaboradores, enquanto esse número chega a 66% entre os Millennials. Na pesquisa global, os índices são menores, 54% e 55%, respectivamente. Ainda neste cenário, 74% dos respondentes brasileiros Millennials se sentem confortáveis a falar abertamente com seu gerente sobre se sentir estressado ou ansioso, ou outro problema relacionado à saúde mental, ante 58% da Geração Z.

Metodologia

A 13ª edição da pesquisa “Gen Z and Millennial Survey 2024” ouviu 14.468 pessoas da Geração Z e 8.373 Millenials, totalizando 22.841 entrevistados de 44 países da América do Norte, América Latina, Europa Oriental, Europa Ocidental, Oriente Médio, África e Ásia-Pacífico. No Brasil, participaram 800 pessoas, sendo 500 da Geração Z e 300 Millennials. A coleta de dados foi realizada entre novembro de 2023 e março de 2024. Conforme definido no estudo, os entrevistados da Geração Z nasceram entre janeiro de 1995 e dezembro de 2004, e os entrevistados Millennials nasceram entre janeiro de 1983 e dezembro de 1994.

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