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Implementação da Inteligência Artificial apresenta oportunidades e desafios significativos para economias globais, aponta estudo da Deloitte

Relatório “G20 2024 Readiness Report: AI Powered Transformation” oferece insights cruciais para países do G20 capitalizarem o potencial da tecnologia disruptiva

A Inteligência Artificial, ao mudar a dinâmica econômica global, representa enormes oportunidades e desafios para os países do G20. Essa transformação deve remodelar mercados de trabalho, especialmente com a chegada da IA Generativa (em inglês, GenAI). De acordo com o estudo “G20 2024 Readiness Report: AI Powered Transformation”, elaborado pela Deloitte - organização com o portfólio de serviços profissionais mais diversificado do mundo - e a Organização Internacional de Empregadores (OIE), para explorar com êxito o potencial dessa tecnologia, é necessário superar obstáculos de investimentos, infraestrutura, capacitação, regulamentação e governança.

O relatório destaca que as diferenças na infraestrutura digital entre os países do G20 são significativas. Nações como os Estados Unidos e a Alemanha estão mais bem posicionadas para usufruir dos benefícios da IA, não apenas devido à presença de uma cobertura extensa de banda larga, conexões de internet abrangentes e confiáveis, redes móveis onipresentes e melhores preços dos dispositivos, mas também graças ao alto nível de capacitação do mercado de trabalho e ao letramento digital. Essas nações têm investido fortemente na formação de uma força de trabalho preparada para operar e inovar com tecnologias de IA, o que lhes permite converter o potencial da IA em resultados concretos, iniciando um ciclo virtuoso de implementação. Em contraste, outros países, como o Brasil, enfrentam desafios não apenas em termos de infraestrutura, mas também na formação e qualificação da mão de obra necessária para adotar e integrar eficazmente essas tecnologias.

Os níveis de financiamento variam bastante, com países como China e Estados Unidos liderando em termos de investimento e desenvolvimento de IA, enquanto nações com infraestrutura digital e investimento em pesquisa e desenvolvimento insuficientes precisam priorizar e implementar estratégias sustentáveis para atrair recursos, como Índia, África do Sul e Brasil e demais países da América Latina. O relatório da Deloitte recomenda um ecossistema colaborativo entre governos, setor privado e academia para o melhor aproveitamento do potencial da IA e consequentemente promover desenvolvimento e crescimento econômico para todos.

“Enquanto alguns países estão mais avançados na implementação da Inteligência Artificial como um todo, outros precisam intensificar seus esforços para fechar lacunas existentes e aproveitar as oportunidades que a tecnologia oferece. As disparidades em infraestrutura, investimento, qualificação da força de trabalho e regulamentação destacam a necessidade de abordagens colaborativas e estratégicas tanto no Brasil quanto no mundo todo. Superar esses desafios é crucial para garantir que os benefícios da IA sejam amplamente distribuídos e que todos os países possam prosperar na nova era digital” aponta Edson Cedraz, sócio-líder para o Setor Público da Deloitte. 

O impacto da IA no mercado de trabalho

A Inteligência Artificial está promovendo uma transformação profunda na dinâmica dos empregos. Funções que envolvem tarefas repetitivas e manuais, como operadores de máquinas e trabalhadores de linhas de montagem, estão mais suscetíveis a serem automatizadas. Além disso, há uma demanda crescente por profissionais especializados em IA e aprendizado de máquina para geração de dados e insights, visando propiciar melhores e mais estratégicas tomadas de decisão, principalmente em países com economias em desenvolvimento e emergentes, onde a digitalização avança rapidamente.

O impacto da IA no mercado de trabalho varia substancialmente entre as nações, refletindo as diferenças nos níveis de investimento em tecnologia, infraestrutura digital e capacitação da força de trabalho. Em economias mais avançadas, como Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Japão, Canadá, Coreia do Sul e Austrália, sua integração é vista tanto como uma oportunidade quanto como um desafio. Por outro lado, nações com deficiências digitais enfrentam maiores limites culturais e educacionais, riscos de desemprego e desigualdade econômica.

Sem políticas adequadas de inclusão digital e capacitação, a automação pode impactar negativamente contextos. Setores como atendimento ao cliente, gestão administrativa e manufatura são particularmente vulneráveis à automação, o que pode resultar na perda de empregos para trabalhadores menos qualificados.  

Em contrapartida, surgem oportunidades consideráveis para a criação de novos postos de trabalho e aumento da produtividade em áreas como tecnologia da informação, serviços financeiros e educação. A demanda por habilidades em IA vem crescendo exponencialmente, e os profissionais que possuem essas competências são altamente valorizados. Empresas que implementam essa tecnologia frequentemente oferecem salários superiores para cargos que exigem essas capacidades.

“As empresas precisam de investimentos em infraestrutura, mas também de processos, de qualificação das pessoas, da construção de uma cultura interna de confiança e de políticas de proteção de dados, segurança da informação e governança para destravar o potencial da IA. Já na dimensão dos países, se faz necessário o desenvolvimento de políticas e estratégias detalhadas para adotar a IA adaptando suas infraestruturas, sistemas educacionais e estruturas regulatórias. O Brasil está tomando medidas proativas através da Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial (EBIA) para garantir que o desenvolvimento da IA seja responsável, inclusivo e benéfico para a sociedade como um todo, mas temos um longo caminho pela frente.” afirma Cedraz.

Capacitação da força de trabalho e regulamentação

A qualificação da força de trabalho é uma preocupação global crescente. Alguns países estão desenvolvendo programas avançados de requalificação e educação voltados para IA, enquanto outros devem intensificar seus esforços para evitar a ampliação das desigualdades sociais e econômicas. O relatório indica uma discrepância significativa na qualidade da educação e no acesso a programas de capacitação na área em várias nações. Embora o Brasil tenha iniciativas para formar talentos locais, existe também uma necessidade urgente de programas educacionais e de treinamento mais abrangentes para preparar a força de trabalho com as habilidades necessárias para o futuro impulsionado pela ferramenta.

Uma questão global persistente é a do acesso das mulheres às competências relacionadas à IA. Dados considerados pelo relatório indicam que as mulheres frequentemente têm menos acesso a treinamentos e recursos necessários para se qualificarem em funções baseadas em IA, o que resulta em maior vulnerabilidade à automação de empregos tradicionalmente ocupados por elas. Esse fenômeno é observado em diversos países, independentemente de seu nível de desenvolvimento econômico.

Outro ponto destacado pelo relatório é a formulação de políticas e estruturas regulatórias para o desenvolvimento seguro e inovador da IA. Atualmente, alguns países estão avançando em regulamentações que incentivam a inovação enquanto garantem privacidade e segurança, mas há uma necessidade global de harmonização e fortalecimento dessas políticas. A regulamentação e a governança da IA estão ainda em estágios iniciais em muitos países da América Latina e do Sul. No Brasil, existe um processo de desenvolvimento de políticas e estruturas regulatórias eficazes para promover a inovação em IA. Contudo, a governança precisa ser aprimorada para assegurar uma adoção responsável e segura.

Países adotam estratégias e políticas robustas para implementação da IA

A resposta à revolução impulsionada pela IA tem variado consideravelmente ao redor do mundo, com cada país adotando estratégias e políticas específicas para maximizar seus benefícios, ao mesmo tempo que enfrenta os desafios associados. Segundo a pesquisa, estratégias de adoção de IA bem-sucedidas começam com uma visão clara e forte liderança governamental, assegurando que a ferramenta contribua para o desenvolvimento econômico, melhorias na saúde e avanços educacionais. Além disso, é fundamental abordar questões como viés de aproveitamento da IA, privacidade e responsabilidade. Alguns governos estão detalhando os recursos financeiros destinados à pesquisa e desenvolvimento de IA oferecendo subsídios e incentivos fiscais para estimular o investimento do setor privado.

No Canadá, o investimento significativo em pesquisa e inovação de IA ultrapassou US$ 2 bilhões desde 2017. A estratégia canadense enfatiza a criação de uma força de trabalho diversificada e inclusiva, além do desenvolvimento ético e responsável da IA. Na Alemanha, o foco tem sido atualizar sua Estratégia Nacional de IA concentrando-se em pesquisa, transferência de conhecimento, aplicação e construção de um quadro regulatório sólido. Isso visa promover a competitividade da indústria alemã e utilizar a tecnologia de forma abrangente na sociedade.

No Brasil, a Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial (EBIA), lançada em abril de 2021, define uma abordagem abrangente para fomentar o desenvolvimento doméstico de IA e garantir seu uso responsável. A estratégia foca na formação de talentos locais por meio de financiamentos acadêmicos, bolsas de estudo e programas de graduação especializados, além de atrair e reter especialistas internacionais em IA. 

Reconhecendo a potencial disrupção da IA no mercado de trabalho, a EBIA propõe iniciativas para equipar a força de trabalho com as habilidades necessárias, incluindo programas de aprendizado ao longo da vida e desenvolvimento de habilidades digitais. A estratégia brasileira também enfatiza a criação de órgãos de governança para estabelecer frameworks éticos para o desenvolvimento e uso da IA. Isso inclui financiar pesquisas em "IA explicável", promovendo a transparência e permitindo a supervisão humana.

A importância das Parcerias Público Privadas 

As parcerias público-privadas têm desempenhado um papel crucial no avanço da IA globalmente. Elas possibilitam a transferência de conhecimento, promovem os investimentos necessários e criam um ambiente favorável à inovação. Países como Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Japão têm utilizado essas parcerias para acelerar a inovação em IA investindo em iniciativas conjuntas que envolvem governos, setor privado, academia e organizações não governamentais para desenvolver e implementar essas tecnologias em grande escala.

No Brasil, essas iniciativas são essenciais para fortalecer o ecossistema de IA, especialmente devido às limitações financeiras e técnicas enfrentadas pelo setor público. A Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial (EBIA) ressalta a importância dessas parcerias para impulsionar a inovação e a pesquisa em IA. O governo brasileiro está colaborando com empresas privadas, universidades e centros de pesquisa para desenvolver soluções tecnológicas aplicáveis em diversas áreas, como saúde, educação, segurança e agricultura.

Ao trabalhar em estreita colaboração com o setor privado e a academia, os governos das grandes economias globais podem garantir que a IA seja desenvolvida e implementada de maneira ética, responsável e inclusiva, beneficiando a sociedade como um todo.

Deloitte é Knowledge Partner do B20 Brasil em duas forças-tarefa
A Deloitte apoia o B20 Brasil 2024, grupo que representa a voz da comunidade empresarial frente aos governos que compõem o G20 durante a presidência brasileira da cúpula, em 2024, como knowledge partner para duas forças-tarefa: Finanças & Infraestrutura e Integridade & Compliance. O B20 Brasil, coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), tem o papel de fomentar o diálogo e representar a voz do empresariado ao fazer, através de forças-tarefa temáticas, recomendações de políticas públicas destinadas ao G20.

Nos últimos anos, a Deloitte tem apoiado globalmente B20 e G20 como knowledge partner em diversas temáticas e como membros e participantes ativos desses grupos. “Desde que a Deloitte foi escolhida para apoiar o B20 Brasil 2024, temos prestado todo apoio como parceira de conhecimento em diversas temáticas. Como membros e participantes ativos desses grupos, acreditamos no papel fundamental do B20 de, perante o G20 e a comunidade internacional, promover o diálogo construtivo entre a comunidade empresarial, a sociedade civil, os formuladores de políticas públicas e os governos, visando moldar e fortalecer a cooperação global e a governança em questões prioritárias para a economia, a sociedade e o desenvolvimento.” , acrescenta Bruce Mescher, sócio-líder de Public Policy da Deloitte.

Acesse a íntegra do relatório global aqui.

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