Historicamente, a produção anual de 90 milhões de toneladas de hidrogênio, em sua maioria cinza, era usada como matéria-prima, mas não como fonte de energia. Hoje em dia, o hidrogênio verde tem o potencial de se tornar um facilitador da descarbonização do nosso sistema energético. Portanto, mais de 130 países (que representam 88% das emissões globais de carbono) em todo o mundo publicaram estratégias de hidrogênio. A soma total dos projetos de hidrogênio limpo anunciados em todo o mundo, no entanto, forneceria apenas uma capacidade de produção coletiva de 44 MtH2eq até 2030, um quarto da demanda global que prevemos.
O caminho a seguir
Em um cenário líquido zero, até 2030, o hidrogênio verde responde por dois terços do mercado, sendo o restante coberto pelo hidrogênio azul com tecnologia eficaz de captura e armazenamento de carbono (CCS). Substituir a produção de hidrogênio cinza existente por hidrogênio verde ou hidrogênio azul é, portanto, um ponto de partida óbvio para reduzir acentuadamente as emissões globais de CO2. Usar o hidrogênio como energia – além de seu uso como matéria-prima – é um elemento fundamental no caminho para as emissões net zero. As moléculas desempenham um papel fundamental na descarbonização dos setores de alto impacto, por exemplo, como base para combustíveis sintéticos na aviação ou no transporte marítimo, como combustível para processos de alta temperatura ou frete rodoviário pesado, e para armazenar eletricidade de energias renováveis variáveis.
É necessário um apoio político decisivo para ampliar a economia do hidrogênio limpo e garantir que, especialmente, o hidrogênio verde desempenhe o papel necessário no caminho para o zero líquido. Os formuladores de políticas devem se concentrar especialmente em três componentes:
- Criação de um case de negócios. O uso de políticas específicas pode reduzir a diferença de custo entre tecnologias limpas e poluentes. Os mecanismos de compra de longo prazo podem mitigar substancialmente os riscos dos projetos, preencher a lacuna entre o preço e a disposição de pagar e fortalecer a estabilidade dos preços.
- Estabelecer as bases para uma estruturação de mercado orientada para o clima. Um processo de certificação robusto e compartilhado para o hidrogênio limpo será decisivo para garantir a transparência e evitar bloqueios tecnológicos.
- Construir resiliência de longo prazo. O estabelecimento de relações energéticas deve integrar metas de diversificação e inclusão para basear o desenvolvimento econômico e a integração regional na estabilidade política e nos direitos humanos. O desenvolvimento justo implica que os países em desenvolvimento e emergentes capturem partes da cadeia de valor global.
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