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Líderes esperam transformação em menos de três anos com Gen AI, em meio à melhoria da eficiência e produtividade, aponta estudo da Deloitte

  • Pesquisa “The State of Generative AI in the Enterprise: now decides next” mostra que grande maioria das organizações utiliza Inteligência Artificial Generativa pré-formatada, já consolidadas no mercado. Apenas 25% das organizações utilizam tecnologias de LLMs (algoritmos de aprendizado profundo) de código aberto, personalizados para seus negócios;
  • Maior parte dos executivos (72%) espera que a Gen AI promova mudanças em suas estratégias na busca por profissionais qualificados nos próximos dois anos;
  • Segundo os dados, 56% dos executivos pretendem melhorar a eficiência e a produtividade com a adoção da Gen AI, 35% esperam reduzir custos e 29% visam a inovação e o crescimento.

O entusiasmo em relação à Inteligência Artificial Generativa (Gen AI) continua elevado, mas os esforços atuais estão concentrados na eficiência, na produtividade e na redução de custos. A conclusão faz parte da pesquisa global “The State of Generative AI in the Enterprise: now decides next" (O Estado da IA Generativa no ambiente empresarial: o agora decide o futuro), elaborada pela Deloitte - organização com o portfólio de serviços profissionais mais diversificado do mundo. Segundo os dados, 79% dos líderes empresariais e tecnológicos com experiência na ferramenta acreditam que a Gen AI impulsione uma transformação organizacional de forma substancial em menos de três anos. Apesar da expectativa, no cenário atual, a maioria dos executivos busca resultados mais práticos: 56% pretendem melhorar a eficiência e a produtividade, 35% esperam reduzir custos e apenas 29% visam a inovação e o crescimento.

“À medida que a inteligência artificial generativa avança rapidamente e surgem novas ferramentas e casos de utilização, os líderes empresariais, tecnológicos e do setor público estão sob uma enorme pressão para descobrir como aproveitar as capacidades da ferramenta de forma mais eficaz e compreender o que pode acontecer mais para frente. Eles também sentem que o agora é quem decide o futuro; que as suas decisões e ações de hoje afetarão significativamente a forma como a Gen AI se desenvolverá, para melhor ou para pior”, explica Jeff Denti, Chief Disruption Officer da Deloitte e líder do Deloitte AI Institute no Brasil

A pesquisa detalha que os primeiros especialistas na ferramenta sentem mais confiança e menos incerteza sobre a tecnologia e parecem ser os mais preparados para as mudanças que a Gen AI trará. No entanto, o grupo também destaca um potencial maior de disrupção. Por exemplo, em comparação com os entrevistados com ‘algum nível de especialização’, os primeiros especialistas da Gen AI têm duas vezes mais probabilidades de sentir que o seu negócio ou modelo operacional está ameaçado pela expansão abrangente da inteligência artificial.

Realizada entre outubro e dezembro de 2023, a pesquisa – que será atualizada a cada trimestre – conectou mais de 2,8 mil executivos com experiência em IA, diretamente envolvidos na pilotagem ou implementação de Gen AI em grandes organizações em 16 países e seis setores (Consumo; Energia, Recursos e Indústrias; Serviços financeiros; Ciências da vida e saúde; Tecnologia, Mídia e Telecomunicações; Governo e Serviços Públicos).

Nesta primeira etapa, o estudo evidencia como as ações tomadas atualmente vão orientar a adoção da tecnologia e se os seus benefícios serão plenamente realizados. O material oferece uma visão do que está acontecendo, ao mesmo tempo em que acompanha a evolução das atitudes e atividades e fornece insights práticos e acionáveis que podem ajudar os líderes a tomar decisões informadas e confiantes sobre políticas, estratégias, investimentos e implementação.

“Para tomar decisões inteligentes, os líderes necessitam de informações objetivas e oportunas sobre o que está acontecendo atualmente com a inteligência artificial generativa – e para onde as coisas estão caminhando. É por isso que a Deloitte está realizando uma pesquisa trimestral contínua para avaliar a adoção da Gen AI, oferecer uma visão clara do que está acontecendo, acompanhar a evolução das atitudes e atividades e fornecer insights práticos e acionáveis que podem ajudar os líderes a tomar decisões informadas e confiantes. Sobre política, estratégia, investimento e implantação de IA”, analisa Jeff Denti, da Deloitte.

Gerenciar talentos, governança e riscos são os principais desafios com a adoção da Gen AI

O relatório mostra ainda que existe uma grande incerteza sobre como gerir o talento, a governança e o risco, quando se trata da adoção da inteligência artificial generativa. Inclusive, os entrevistados citam a falta de profissionais capacitados e habilidades técnicas como a maior barreira para a inserção da Gen AI dentro dos negócios. Apenas 22% dos líderes acreditam que as suas organizações estão ‘altamente’ preparadas para abordar questões de talento relacionadas com a adoção da ferramenta. 

Já a grande maioria dos executivos (72%) espera que a Gen AI promova mudanças em suas estratégias de talento nos próximos dois anos. No entanto, muitas organizações não estão focadas em educação e reciclagem - apenas 47% concordam que estão educando adequadamente seus funcionários neste sentido.

Além disso, somente um quarto dos líderes acredita que suas organizações estão ‘altamente’ preparadas para lidar com questões de governança e risco relacionadas à ferramenta. As maiores preocupações são: falta de confiança nos resultados (36%); preocupações com propriedade intelectual (35%); uso indevido de dados de clientes ou consumidores (34%); capacidade de cumprir regulamentos (33%); e falta de transparência (31%).

A maioria das organizações depende da Gen AI pré-formatada

A grande maioria das organizações utiliza a inteligência artificial generativa já oferecidas e consolidadas no mercado. A pesquisa aponta que esse cenário é consistente com a atual fase inicial de adoção da tecnologia, que se concentra na melhoria da eficiência e da produtividade das atividades existentes. Entre elas, estão aplicações de produtividade com IA generativa integrada (71%); plataformas empresariais com Gen AI integrada (61%); aplicações padrão de IA generativa (68%); e LLMs (sigla em inglês para Large Language Models - algoritmo de aprendizado profundo que pode executar tarefas de processamento de linguagem natural) disponíveis publicamente (56%), como ChatGPT.

Poucos líderes relataram o uso de soluções diferenciadas e com foco mais restrito, como aplicativos de software específicos do setor (23%), LLMs privados (32%) e/ou LLMs de código aberto, aqueles personalizados para seus negócios (25%). No entanto, à medida em que a utilização da Gen AI se torna mais especializada e estratégica, as abordagens de desenvolvimento e a infraestrutura tecnológica, provavelmente, seguirão o exemplo.

Regulação da Gen AI pode reduzir desigualdade econômica

Embora os executivos das organizações ouvidas na pesquisa estejam entusiasmados com os benefícios empresariais que a Gen AI pode trazer, a expectativa se torna menos otimista quando se olha para os seus possíveis impactos sociais. Mais da metade dos entrevistados espera que a utilização generalizada da ferramenta centralize o poder na economia global (52%) e aumente a desigualdade econômica (51%). Para ajudar a diminuir estas preocupações, a maioria dos líderes concorda que é necessária mais regulamentação global (78%) e colaboração (72%) para gerir a adoção responsável da IA Gen.

"Para impulsionar sua trajetória em direção ao valor da Gen AI, as organizações precisam reimaginar e reinventar a condução dos negócios, se posicionando à frente nesse cenário inovador. Essa transformação requer uma colaboração intensificada entre as organizações, fomentando a confiança na adoção responsável da IA GenerativaGen AI, ao mesmo tempo em que gerenciam os riscos de forma eficaz. Além disso, é crucial concentrar esforços na educação e requalificação das equipes, preparando-as para as mudanças que essa tecnologia trará em nossa forma de trabalhar, aprender e colaborar”, conclui Jeff Denti.

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