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Tendências de Mineração 2025

Liderando por meio de mudanças transformacionais em mineração e metais

 

Em 2025, o setor enfrentará oportunidades importantes em meio a um cenário geopolítico global incerto e cadeias de suprimentos em rápida transformação. As organizações estão acelerando a implementação de tecnologias renováveis e de baixo carbono, comprometidas com a meta de zero emissões líquidas até 2050. Além disso, a otimização das operações, gerenciamento de talentos, tecnologia e sustentabilidade, são questões cruciais.

Para aproveitar essas oportunidades, será necessário um novo tipo de liderança, capaz de comandar operações eficientes e inteligentes, valorizar o meio ambiente e manter uma força de trabalho engajada e qualificada. Os futuros líderes precisarão ter competência cultural, curiosidade tecnológica e a capacidade de transformar sistemas tradicionais, equilibrando produtividade e bem-estar.

A 17ª edição do estudo da Deloitte foca nessa nova abordagem de liderança, oferecendo insights e ferramentas para que as empresas se posicionem como empregadoras e inovadoras.

Confira as 10 principais tendências para o setor

As empresas de mineração enfrentam desafios complexos e incertos, como questões geopolíticas, mudanças climáticas, novas tecnologias e cadeias de suprimentos interrompidas. A lucratividade e a sustentabilidade agora dependem da capacidade de adaptação das empresas. A Geração Z, que em breve será uma parte significativa da força de trabalho e dos consumidores, é orientada por propósitos e ética, influenciando suas escolhas de emprego e consumo. Para atrair talentos e prosperar, as empresas precisam adotar um novo estilo de liderança que responda a essas mudanças econômicas, sociais e ambientais.

Com a transição energética em andamento, países e indústrias estão buscando garantir suprimentos de minerais e metais essenciais para tecnologias de energia limpa, exigindo investimentos anuais de aproximadamente US$ 9 trilhões até 2050. A limitada diversificação de suprimentos e a demanda por transparência na cadeia de valor estão impulsionando mudanças no comércio e investimento. Líderes do setor enfrentam o desafio de equilibrar crescimento empresarial com riscos da cadeia de suprimentos, ajudando governos a lidar com crescimento econômico, segurança e infraestrutura. Tomar decisões eficazes em meio a rápidas mudanças geopolíticas e econômicas requer gestores que capacitem suas equipes a explorar diferentes cenários e estabelecer novos acordos comerciais para prosperar na imprevisibilidade.

O capital privado está desempenhando um papel importante nos desinvestimentos de carvão australiano, com grandes empresas privadas chinesas, indonésias e russas adquirindo ativos de carvão térmico dos principais produtores. Um exemplo é a aquisição do negócio de carvão da South32 da Austrália pela empresa indonésia Golden Energy and Resources e sua parceira M Resources, por até US$ 1,65 bilhão.

A exploração mineral é crucial para o crescimento das empresas e a segurança da cadeia de suprimentos, apoiando a produção de longo prazo e a prosperidade econômica. O investimento em exploração está forte, mas a descoberta de depósitos econômicos está mais difícil e cara. As empresas estão explorando regiões mais remotas e complexas, utilizando dados geocientíficos para otimizar programas de exploração. Capacitar equipes com novas ferramentas e promover uma cultura de aprendizado pode ajudar as empresas a liderarem a exploração, reforçando os pipelines de projetos e atendendo à demanda por minerais e metais essenciais para a transição energética.

Os sistemas de Enterprise Resource Planning (ERP) são essenciais para os negócios de mineração e metais, oferecendo suporte ao gerenciamento da cadeia de valor e melhorias organizacionais. Com a nova geração de softwares de ERP, muitas empresas precisarão substituir suas plataformas atuais nos próximos cinco anos. Implementar esses sistemas pode ser desafiador, mas, se bem cronometrado, pode transformar o núcleo digital das organizações, reduzir personalizações e torná-las mais ágeis. A transição energética e as mudanças nos modelos de negócios oferecem oportunidades para vantagens competitivas por meio de sinergias e eficiências possibilitadas pelas transformações de ERP.

Para atender à crescente demanda, a indústria de mineração precisará construir novos projetos em uma escala sem precedentes, com mais de 300 novas minas necessárias até 2035. Os líderes enfrentam desafios imediatos como esgotamento de depósitos, aumento de custos e escassez de habilidades, além de pressões por sustentabilidade. Empresas estão otimizando operações existentes e adotando tecnologias avançadas, como IA e digital twin, para melhorar eficiência, segurança e sustentabilidade, tornando-se mais resilientes e competitivas na corrida por investimentos e talentos.

Líderes de mineração e metais estão incentivando o uso de IA em áreas como manutenção preditiva e exploração mineral, mas a questão é como essas ferramentas podem aumentar a produtividade em um cenário de escassez de talentos. A adoção de inteligência artificial é inevitável, e a estratégia de implantação será crucial nos próximos 12 a 24 meses para atingir metas financeiras, de produtividade e de sustentabilidade. Requalificar e aprimorar a força de trabalho para usar essas tecnologias pode reduzir custos, aumentar a segurança, melhorar o recrutamento e a retenção, e liberar tempo dos funcionários, melhorando o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.

Com metas de zero líquido para 2050, a descarbonização no setor está passando da preparação para a execução, revelando complexidades inesperadas. Apesar dos esforços em novos processos e tecnologias emergentes, surgem preocupações práticas como segurança energética e maturidade tecnológica. Altos preços de commodities e gargalos na cadeia de suprimentos aumentaram os preços dos painéis solares e atrasaram entregas. A dependência da China, que detém 80% da capacidade de fabricação de componentes de painéis solares, e questões de tarifas comerciais e conformidade, pressionam o setor a diversificar.

O movimento ESG, surgido após o Acordo de Paris em 2015, destacou o papel do setor privado na limitação do aquecimento global. O interesse dos investidores em fundos sustentáveis atingiu o pico em 2021, antes da guerra Rússia-Ucrânia, que trouxe à tona tensões entre acessibilidade, segurança energética e descarbonização. Em 2024, o fraco desempenho dos fundos ESG levou à retirada de US$ 40 bilhões. Embora o foco dos investidores tenha mudado, as expectativas públicas e regulatórias permanecem altas, e as empresas líderes devem continuar a cumprir seus objetivos de ESG.

Em 2024, o setor começou a reconsiderar seu relacionamento com a natureza, com algumas empresas já medindo e mitigando riscos há mais de 20 anos. O Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM) e a força-tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas à Natureza (TNFD) lançaram diretrizes que reforçam a conexão entre mineração e meio ambiente, com um terço da indústria apoiando ações para um futuro positivo até 2030. Governos e agências de padrões também estão adotando metas de biodiversidade. Para líderes do setor, alinhar-se a esses requisitos será desafiador, mas oferece uma oportunidade de liderança global, criação de valor, novas opções de financiamento e melhoria da percepção pública da mineração.

Mudanças tributárias e o futuro das mineradoras no Brasil

A Reforma Tributária brasileira está redesenhando o ambiente operacional das mineradoras, com efeitos diretos sobre custos, localização estratégica e conformidade fiscal. Os principais pontos incluem:

  • Imposto seletivo sobre recursos minerais: a nova alíquota de 0,25% sobre todos os recursos extraídos representa um custo adicional direto para as empresas, com potencial de repasse ao preço final dos insumos minerais. Esse impacto se estende por toda a cadeia de valor, afetando indústrias como siderurgia e metalurgia.
  • Fim dos incentivos fiscais estaduais: a partir de 2029, os benefícios fiscais oferecidos por estados serão gradualmente eliminados, com término previsto para 2033. Isso poderá levar empresas a reavaliar suas estratégias de localização e logística, já que a arrecadação passará a ocorrer no destino, e não mais na origem.
  • Transição tributária complexa (2026–2033): durante esse período, as empresas enfrentarão um sistema duplo de tributação (ICMS/ISS e IBS), exigindo maior esforço de conformidade. Isso demandará ajustes em processos, sistemas, equipes e estrutura organizacional.
  • Oportunidade de reestruturação societária: diante das mudanças, abre-se espaço para que mineradoras revisem suas estruturas societárias, buscando maior eficiência e adaptação ao novo cenário tributário.

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