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Banca em análise 2024

(Re)pensar o papel da Banca

O Estudo revela que, em 2023, o peso do crédito a clientes continuou a aumentar na estrutura global de activos tendo registado um crescimento de dois pontos percentuais, em comparação a 2022, passando de 20% para 22%, em resultado do reforço das políticas para estímulo da concessão de crédito orientadas pelo Executivo e pelo BNA.

Os títulos e valores mobiliários mantém-se na liderança da tipologia de activo com maior peso na estrutura de Activos do Sector Bancário, com um peso de 36% (+2% que em 2022), resultante da exposição significativa dos Bancos nacionais à dívida pública nacional.

Considerada a visão agregada, os resultados líquidos no sector bancário nacional tiveram um crescimento notável de 65,8%, face a 2022, para cerca de 545 mil milhões de kwanzas. Esta variação é explicada maioritariamente pelo aumento significativo dos resultados cambiais que cresceram em 2023 cerca de 261%, com uma variação absoluta de 327 mil milhões de kwanzas e pelo crescimento acentuado dos Resultados de activos e passivos financeiros avaliados ao justo valor através de resultados, na ordem dos 180 mil milhões de kwanzas, face a 2022, resultante das mais-valias geradas pela alienação de dívida pública. Importa destacar igualmente o regresso aos lucros do BPC e BCI no período em análise.

Descubra o tema em debate na 18ª edição do Banca em análise:

 

Outros resultados relevantes da 18.ª edição do Banca em análise:

Activos

O BAI lidera o ranking do total de activos desde 2018, tendo vindo a consolidar a sua liderança ao longo dos últimos anos, com um total de 3195 e 4537 mil milhões de kwanzas em 2022 e 2023, respectivamente, seguido pelo BFA, BIC, ATLANTICO e BPC.


Crédito a Clientes

Em 2023 registou-se um aumento do crédito líquido concedido a clientes, em cerca de 40%, impulsionado pelo aumento real de crédito concedido e do efeito da desvalorização do Kwanza, face ao Euro e Dólar norte-americano durante o ano em análise. O BIC continua a liderar este ranking, seguido do BFA e do Standard Bank.

Relativamente à qualidade do crédito, o rácio de cobertura das perdas para imparidade reduziu de 22% para 19% entre 2022 e 2023.


Depósitos de clientes

Relativamente ao volume de depósitos captados, verificou-se um aumento próximo de 31% face a 2022, ainda que inferior ao aumento da massa monetária, que registou uma variação de 37,8% em 2023, o que se traduz no aumento de numerário em poder do público, instituições e empresas que não foi capturado pelo sector bancário.


Eficiência 

Do lado da eficiência do sector bancário verificou-se uma redução de cerca de 11,6% do rácio cost-to-income (2023: 43,5%), decorrente da melhoria de performance do sector bancário em 2023, influenciado pela melhoria na margem financeira e complementar que teve um incremento de 48% face a 2022.


Meios de pagamentos electrónicos

Aumento de 10,5% no número de Cartões Multicaixa emitidos e de 11% no parque de Caixas Automáticas (ATM), o que representa uma evolução muito positiva face ao cenário de estagnação verificado nos últimos anos, fruto de uma aposta dos Bancos na expansão da rede de canais de distribuição de serviços bancários, nomeadamente através da instalação de ATM Centers. O canal Multicaixa Express, tem vindo a reforçar a sua popularidade com um crescimento próximo de 55% em 2023.


Colaboradores e balcões

Atendendo à informação disponível, o número de colaboradores do sector registou uma diminuição de 1,6%, comparativamente à queda de 6,7% verificada no período homólogo. Esta redução continua a ser impactada pelos processos de reestruturação em curso de alguns bancos, como o BPC, BE, BCI e KEVE.

Relativamente ao número de balcões, verificou-se uma diminuição de, aproximadamente, 2,4%, decrescendo de 1461 balcões em 2022 para 1426 em 2023. Em sentido contrário à diminuição da rede física dos Bancos em Angola, o número de Agentes Bancários em território nacional aumentou 81%, passando de 366 agentes em 2022 para 665 agentes em 2023.

Na edição deste ano, os principais intervenientes do sector partilham as suas expectativas para o futuro do sector bancário nacional, em particular no que se refere à transformação dos seus modelos de negócio, numa necessária reflexão sobre o papel da Banca nacional perante os desafios decorrentes de alterações acentuadas a nível tecnológico, regulamentar e das suas fontes de rentabilidade. 

Notas:
(1) O presente Estudo inclui a informação financeira auditada em base individual dos Bancos a operar em Angola durante o ano de 2023, com excepção do Banco Económico, S.A. e VTB África, S.A, para os quais foram utilizados os Balancetes trimestrais do 4.ª Trimestre (não auditados) de 2022 e 2023, no caso do Banco Económico e de 2023 no caso do VTB África, uma vez que até à data de publicação do Estudo não foram publicados os respectivos Relatórios e Contas.

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