Artigo

European Banking & Loan Portfolio Outlook 2023

Market Update

O Market Update da Deloitte fornece uma visão geral do desempenho recente do setor bancário e do mercado de non performing loans na Europa, com base em insights das equipas que atuam nas áreas de Portfolio Lead Advisory Services e Mergers & Acquisitions nas diversas geografias e, em particular, em Portugal.

Em 2022, observou-se uma alteração de paradigma no setor bancário e no mercado de crédito. Um novo ciclo de aumento das taxas de juro impulsionou (pelo menos até à data) os ganhos e os níveis de retorno obtidos pelos bancos em geral, tendo os resultados dos principais bancos cotados na Europa atingido um máximo desde a Crise Financeira Global e a Crise Soberana Europeia. Em Portugal, o Return on Equity (RoE) médio dos bancos em 2022 foi de 8,7%, com uma evolução positiva na jornada de melhoria de rentabilidade.

No entanto, permanece a incerteza sobre a sustentabiliidade a longo prazo do ritmo de melhoria dos resultados, nomeadamente devido ao expectável aumento do custo do funding, ao potencial impacto que o aumento das taxas de juro pode originar na geração de novos incumprimentos no crédito e potenciais intervenções políticas ou regulatórias. Em Portugal, mantém-se a predominância das operações de crédito com taxa variável no segmento de retalho, num contexto de compressão do rendimento disponível. Por outro lado, perspetiva-se um período de crescimento económico frágil na Europa em geral e em Portugal.

A evolução dos principais drivers com impacto no desempenho dos bancos e na sua capacidade de manter um nível de RoE acima do custo do capital, criando valor para os acionistas, será determinante para as tomadas de decisão das equipas de gestão sobre as estratégias de negócio a seguir e, em particular, as estratégias de redução e venda de exposições consideradas non-core, bem como outras opções de recomposição e otimização de Balanço.

Saiba mais sobre os principais temas apresentados no estudo:

  • O setor bancário Europeu teve um forte desempenho em 2022. Embora apenas ligeiramente mais favorável em termos de rentabilidade face a 2021, o resultado de 2021 beneficiou da libertação de provisões COVID constituídas em 2020.
  • As avaliações em mercado do setor Bancário Europeu – mesmo antes da volatilidade observada em março – mantiveram-se condicionadas, apesar dos melhores retornos que o setor produziu em 2022 e da expectativa de melhoria continuada em 2023/24.
  • O setor bancário registou forte turbulência a nível global em março de 2023, impulsionado sobretudo pelos acontecimentos que afetaram vários bancos regionais nos EUA e um banco considerado de importância sistémica na Europa.
  • São extectáveis alterações das normas prudenciais com implicações ao nível dos requisitos mínimos de capital associados a determinados ativos, numa fase de elevado escrutínio sobre os processos internos de gestão de risco.
  • Do ponto de vista da qualidade dos ativos dos bancos, a percentagem de créditos non performing manteve a sua tendência global descendente. As exposições classificadas como Stage 2 têm vindo a diminuir, mas mantiveram-se elevadas face a 2019, evidenciando o risco de perdas futuras no crédito se o contexto económico evoluir desfavoravelmente.
  • O volume global de transações de portfolios de crédito, que havia recuperado em 2021 após a reabertura dos mercados face aos lockdowns no período COVID, voltou a registar um decréscimo em 2022, em resultado da preservação da qualidade dos ativos e de um apetite moderado dos investidores num contexto de incerteza macroeconómica.
  • Espera-se que os reguladores mantenham uma monitorização rigorosa, que irá exigir uma gestão proativa por parte dos bancos dos seus balanços, dos ativos ponderados pelo risco (RWAs) e dos níveis de liquidez, o que poderá impulsionar o volume de transações na Europa nos próximos anos, não só de NPLs mas também under-performing e outras exposições consideradas non-core.

Leia o estudo completo aqui

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