Ir para o conteúdo principal

Mais de 30% dos smartphones vendidos em 2025 terão funcionalidades de GenAI integradas, revela estudo da Deloitte

Global TMT Predictions 2025

  • Até 2030, os centros de dados globais poderão consumir aproximadamente 1.000 TWh de eletricidade, representando 4% do consumo global, impulsionados pelo crescimento acelerado da utilização de GenAI.
  • O aumento da criação de conteúdos gerados por inteligência artificial, incluindo deepfakes, levanta preocupações sobre a autenticidade e segurança no ambiente digital.
  • Setor de telecomunicações irá modernizar os seus softwares de sistemas de suporte operacional e empresarial.
  • Após atingir um pico em 2024, o número de subscrições de serviços de streaming por consumidor deverá começar a diminuir em 2025.

Lisboa, 12 de fevereiro de 2025 – A inteligência artificial (IA) deverá em 2025 tornar-se mais acessível em dispositivos móveis: prevê-se que, em 2025, mais de 30% dos smartphones incluam funcionalidades de GenAI, enquanto cerca de 50% dos computadores portáteis terão capacidades de processamento local para esta tecnologia.

As conclusões são do estudo da Deloitte “Technology, Media & Telecommunications (TMT) Predictions”, que identifica 2025 como um ano determinante para a inteligência artificial generativa (GenAI) e o setor da tecnologia, media e telecomunicações. O estudo destaca desafios técnicos e sociais que influenciarão a evolução destas áreas. O avanço tecnológico, que leva a um maior consumo de eletricidade pelos centros de dados globais, é uma das questões centrais levantadas. Estima-se que este consumo duplique para 4% até 2030, impulsionado pelo crescimento acelerado das aplicações de GenAI, que exigem mais energia do que outras utilizações.

O estudo revela ainda que o aumento da criação de conteúdos gerados por inteligência artificial, incluindo conteúdo com intuito malicioso, como os deepfakes, está a levantar preocupações acrescidas sobre a autenticidade e segurança no ambiente digital. Como tal, e em linha com o que se está a verificar na área da cibersegurança, é esperado o desenvolvimento de tecnologias avançadas que permitam detetar e mitigar conteúdos manipulados e falsos.

Para Pedro Tavares, Partner e Líder da Indústria de Technology, Media & Telecommunications da Deloitte, “a concretização do impacto das tecnologias emergentes dependerá em larga medida da capacidade do setor para construir pontes, colmatando as lacunas ainda existentes na adoção e utilização destas inovações. Nesse sentido, e segundo o TMT Predictions, no que à IA e Gen AI diz respeito, será necessário ter em conta, por exemplo, o equilibrio dos investimentos já realizados, as capacidades dos agentes de AI, que deverão ganhar maior peso, e a gestão das preocupações em torno da gestão do consumo de energia dos centros de dados. Para além da Gen AI, são também esperados avanços significativos em cloud computing e nas telecomunicações, que deverão trazer niveís de eficiência sem precedentes, novos modelos de negócio e experiências melhoradas para os consumidores. Estou convicto de que a forma como coletivamente abordarmos estes desafios irá definir o futuro não só da sociedade atual, mas de todas as gerações que se seguem. ”


As principais tendências destacadas pela Deloitte para o setor das TMT a nível global em 2025 são:

Centros de dados enfrentam desafios energéticos com o crescimento da GenAI

De acordo com o estudo, os centros de dados representarão cerca de 2% do consumo global de eletricidade em 2025, uma percentagem que poderá vir a aumentar consideravelmente já que, até 2030, se estima que o consumo global poderá atingir os 1.0065 TWh anuais devido à procura gerada pela GenAI –passando para cerca de 4% do consumo global. Este aumento das necessidades de consumo cria desafios relacionados com a sustentabilidade, obrigando à procura de fontes de energia de baixo carbono.

A Deloitte aponta para um fosso crescente entre as necessidades energéticas dos centros de dados e as capacidades das redes elétricas, além de desafios relacionados com os objetivos de sustentabilidade das empresas. As soluções para mitigar esta tendência incluem a melhoria da eficiência energética de chips e
algoritmos de IA, a otimização das aplicações de GenAI e a transferência do processamento para dispositivos periféricos, reduzindo a carga sobre os centros de dados.

Crescimento da GenAI em dispositivos móveis

O mercado de dispositivos móveis deverá continuar a crescer significativamente em 2025. A Deloitte prevê um aumento global de 7% nas vendas de smartphones, em comparação com 5% em 2024. Este crescimento será impulsionado pela introdução de funcionalidades de AI e GenAI nos dispositivos, elemento que deverá estar presente em mais de 30% dos smartphones vendidos em 2025. Nos
computadores portáteis, a adoção será ainda mais acelerada, com cerca de 50% dos modelos vendidos a integrar capacidades de processamento de GenAI.

A integração da GenAI poderá ainda ser uma alavanca para a venda de dispositivos premium, com um estudo anteriormente divulgado pela Deloitte a indicar que 50% dos consumidores entre os 24 e os 45 anos considerariam atualizar os seus smartphones antecipadamente para ter acesso a funcionalidades de IA generativa.

Deepfakes como um desafio crescente de cibersegurança

O aumento da criação de conteúdos gerados por inteligência artificial, incluindo deepfakes, levanta preocupações sobre a autenticidade e segurança no ambiente digital. A Deloitte prevê que, tal como acontece no setor da cibersegurança, serão desenvolvidas tecnologias avançadas para detetar e mitigar conteúdos manipulados. As empresas tecnológicas estão a adotar algoritmos de aprendizagem profunda para identificar atenpadamente fraudes, enquanto utilizam metadados criptográficos para validar a origem dos conteúdos.

Adicionalmente, é recomendada a implementação de medidas como autenticação multi-fator, formação e sensibilização dos utilizadores para a autenticidade dos conteúdos e os potenciais danos dos conteúdos falsos e cruzamento de fontes para mitigar os riscos associados a conteúdos falsificados. No entanto, com as tecnologias de deteção e análise de conteúdos a tornarem-se cada vez mais sofisticadas, será também importante garantir que estas medidas sejam tão discretas quanto possível para os utilizadores finais e consumidores, garantindo a integridade dos conteúdos sem comprometer a experiência do utilizador. Estas estratégias não só protegem contra ameaças, como posicionam as empresas como líderes na promoção de um ambiente de confiança e integridade no ecossistema digital.

Setor de telecomunicações vai modernizar os seus softwares de sistemas de suporte operacional e empresarial

Historicamente, as empresas de telecomunicações tinham dois conjuntos separados, mas importantes, de sistemas informáticos específicos para as telecomunicações: o software de suporte empresarial (BSS), que consistia essencialmente na gestão de encomendas de clientes, gestão de relacionamento com clientes e faturação, e o software de suporte operacional (OSS) que geria as ordens de serviço, o inventário de rede e as operações de rede.

A partir de 2025, prevê-se que as empresas de telecomunicações modernizem e automatizem estes sistemas, sendo esperado que comecem gradualmente a fundir-se, o que poderá conduzir a um acentuado crescimento. À medida que esta modernização acelera, o BSS e o OSS podem alcançar uma integração mais eficaz através de ferramentas como APIs e microsserviços, tirando partido de soluções
definidas por software com base na cloud que estão disponíveis em configurações padrão prontas a utilizar e modulares. A longo prazo, poderá até haver uma integração do BSS e do OSS numa única plataforma, conduzindo a maior eficiência (incluindo uma redução de custos), novos fluxos de receitas, e à capacidade de tirar maior partido das tecnologias de Gen AI.

Plataformas de streaming em fase decrescente após pico de utilização

Após atingir um pico em 2024, o número de subscrições de serviços de streaming por consumidor deverá começar a diminuir em 2025. O estudo deste ano prevê que o “SVOD stacking” – a tendência de subscrever vários serviços de streaming de vídeo autónomos – tenha atingido o seu limite e comece a diminuir em 2025.

O mercado deverá estabilizar com dois a três operadores independentes por região, complementados por plataformas agregadoras que consolidarão conteúdos numa única oferta, replicando o modelo tradicional de fornecedores de televisão paga. Esta mudança pode reduzir os custos e criar um ecossistema de streaming mais sustentável.

Para mais informações leia o estudo na íntegra aqui.