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Receitas dos 250 maiores retalhistas mundiais ultrapassaram os 6 biliões de euros no último ano fiscal

Global Powers of Retailing 2025

  • As 250 maiores empresas de retalho do mundo geraram mais de 6 biliões de dólares em receitas no ano fiscal de 2023.
  • Crescimento de 3,6% em relação ao ano anterior é o valor mais baixo registado em mais de dez anos.
  • Jerónimo Martins e Sonae subiram 8 posições no ranking dos 250 maiores retalhistas globais.

LISBOA, 8 de maio de 2025 – As 250 maiores empresas de retalho a nível mundial geraram um total de mais de 6 biliões de dólares em receitas no ano fiscal de 2023 (exercícios fiscais encerrados em 30 de junho de 2024), o que representa um crescimento de 3,6% face ao período anterior. Apesar do crescimento, este valor é o mais baixo registado em mais de dez anos.

As conclusões fazem parte do estudo da Deloitte “Global Powers of Retailing 2025”, que apresenta um retrato do setor do comércio retalhista, grossista e de distribuição, destacando algumas das tendências da indústria e as estratégias utilizadas pelos líderes empresariais.

Os três primeiros lugares do ranking são ocupados por empresas norte-americanas, com a Walmart a liderar, registando receitas de retalho de aproximadamente 650 mil milhões de dólares e um crescimento de 6% em relação ao ano anterior. Segue-se a Amazon.com, com receitas de quase 252 mil milhões de dólares, e a Costco, com receitas de cerca de 240 mil milhões de dólares. Quase um terço das receitas de retalho destas três empresas provém de operações no estrangeiro – 31,8% no caso da Walmart, 31,2% no caso da Amazon.com e 27,1% no caso da Costco.

O top 10 dos retalhistas, que têm em conjunto uma participação de 34,9% deste valor – mais de 2 biliões de dólares - registaram um aumento de 4,9% em relação ao ano anterior. Destas dez, sete são norte-americanas, duas alemãs – Grupo Schwarz e Aldi – e uma chinesa, a JD.com, uma das principais empresas do mercado de comércio eletrónico na China.

No Top 250 figuram duas empresas portuguesas. A Jerónimo Martins, na 37ª posição, sobe oito posições, com um crescimento de 20,6% e receitas consolidadas de mais 33 mil milhões de dólares. Já a Sonae, sobe também oito posições para o 138º lugar, com um crescimento de 8,9% e receitas consolidadas de 9134 mil milhões de dólares.

Em termos de crescimento, o setor diversificado foi o que mais aumentou a sua preponderância (8,3%), seguido do vestuário e acessórios (7,9%), artigos de desporto e lazer (6,7%) e bens de consumo rápido (5,6%).

De acordo com João Paulo Domingos, Partner e Líder da indústria de Consumer da Deloitte, “os últimos anos têm sido desafiadores para os retalhistas devido a pressões inflacionistas, à maior cautela por parte dos consumidores, aos avanços tecnológicos e à instabilidade geopolítica – fatores que levaram a um
crescimento mais moderado dos principais retalhistas em comparação com períodos anteriores”.

Setor atravessa transformações profundas impulsionadas por eficiência, tecnologia, sustentabilidade e diversificação de receitas.

O estudo fornece ainda pistas sobre o que poderá ser o futuro do setor do retalho, numa altura particularmente conturbada em termos politico-económicos. O setor está a passar por uma transformação significativa devido a vários fatores-chave, que incluem a necessidade de eficiência operacional, a incorporação de tecnologia de ponta, um enfoque contínuo na sustentabilidade e a procura de fontes de receita alternativas.

As empresas de retalho estão a navegar num ambiente económico volátil, tornando a rentabilidade um objetivo que exige um planeamento estratégico complexo e flexibilidade. Os principais retalhistas estão cautelosos quanto às suas previsões económicas, o que reflete o impacto da incerteza económica no setor.

De acordo com o estudo, a previsão para o crescimento global daqui a cinco anos é a mais baixa das últimas décadas: 3,1%, pelo que os retalhistas continuarão provavelmente a enfrentar uma procura mais moderada. Para se manterem competitivas, as empresas de retalho estão a começar a aproveitar os seus
ativos existentes para gerar novas fontes de receitas, com os dados dos clientes a tornarem-se um recurso particularmente valioso neste sentido. Quando combinados com oportunidades de publicidade no ponto de venda, estes dados criam um potencial de crescimento substancial para as empresas de retalho.

O investimento crescente em tecnologia também é uma das tendencias assinaladas no estudo da Deloitte. A integração de tecnologias avançadas como inteligência artificial, realidade aumentada/realidade virtual, Internet das coisas ou o metaverso, é uma força transformadora no setor do retalho, que está a permitir aos operadores melhorar a eficiência operacional e criar experiências personalizadas que ajudam a impulsionar a lealdade dos consumidores e o crescimento do negócio.

Em tudo isto, a sustentabilidade e a economia circular vão continuar a ser tendências marcantes: a Deloitte indica que 62% das empresas de retalho reconhecem a sustentabilidade como uma via para aumentar as receitas. Os retalhistas estão a aderir cada vez mais ao ‘recommerce’ ou ‘re-comércio’, oferecendo programas de troca, recompra e upcycling que permitem aos clientes trocar artigos usados por descontos em novas compras, reciclando ao mesmo tempo produtos antigos – um mercado que é avaliado, nos EUA, em mais de 188 mil milhões de dólares e que deverá atingir cerca de 276 mil milhões até 2028.

O estudo na íntegra pode ser consultado aqui.

Sobre o Global Powers of Retailing 2025
A edição de 2025 do estudo Global Powers of Retailing da Deloitte identifica os 250 maiores retalhistas do mundo e analisa o desempenho obtido
pelo setor, ao nível do volume de negócios, crescimento e rentabilidade nas várias geografias, segmentos de atividade e formatos de loja.