O poder da robótica 

A redução de custos, o aumento da produtividade, a experiência oferecida ao cliente e a capacidade de garantir automação a uma escala significativa são apenas algumas das vantagens que atraem cada vez mais os executivos. Desde 2016 que o apoio dos stakeholders às estratégias de automação do processo robótico tem aumentado, mesmo ao nível das TI, em parte devido aos benefícios amplamente reconhecidos alcançados por muitos programas de robótica.

- Mais de 90% das organizações acreditam que a automação do processo robótico cumpriu ou excedeu as suas expectativas em termos de produtividade, conformidade e custos de implementação;

- A melhoria da produtividade e a experiência do cliente ultrapassaram a redução de custos enquanto principal motivação para o desenvolvimento de estratégias de automação;

- Mais de 80% das organizações que implementaram ou escalaram a automação do processo robótico confirmaram ter uma força de trabalho mais feliz.

O facto de o valor da automação do processo robótico estar a ser medido em termos de produtividade, e não de deslocação da mão-de-obra, revela uma maturação das estratégias de automação de muitas organizações. Ainda assim, e apesar dos benefícios da robótica serem, aparentemente, inquestionáveis, as organizações continuam a lutar para escalar a automação do processo robótico. O que está a correr mal?

As barreiras

De acordo com a quarta edição do Global Robotics Report da Deloitte, o número de organizações que escalaram a estratégia de automação do processo robótico aumentou apenas 1% no último ano. Apenas 4% dos inquiridos gerem mais de 50 robôs.

A produtividade é apenas uma das variáveis. Se as organizações conseguirem ter uma perspetiva mais abrangente dos benefícios da automação, podem priorizar melhor os seus investimentos e otimizar a interação entre os humanos e as máquinas.

Existem três barreiras principais:

• Fragmentação do processo – É tipicamente causada por múltiplas variações dos processos e sistemas, gerando maior complexidade e reduzindo o efeito de alavancagem das automações individuais. Apenas 19% das organizações estão exclusivamente focadas na automação do processo robótico, com uma estratégia alinhada com as tecnologias cognitivas. As organizações devem ser orientadas para o processo, mas também para o valor. Devem contemplar o portefólio, misturando automações de tarefas com cenários de utilização mais amplos e, sempre que possível, analisar processos end-to-end para identificarem sistematicamente todas as automatizações (e melhorias de processos) necessárias;
• Falta de capacidade das TI – As equipas de TI estão a começar a perceber quão diferente é a implementação de tecnologias de automação face aos tradicionais sistemas TI, as profundas mudanças que estas irão introduzir, e o seu potencial impacto nas equipas de TI. Apesar do apoio ter quase duplicado no último ano, estas terão de acelerar a sua capacidade de aprendizagem e de adaptação para conseguirem acompanhar o ritmo acelerado de implementação de robôs;
• Ausência de uma perspetiva clara - 70% das organizações estão a conduzir a automação do processo robótico como parte de uma iniciativa à escala da empresa. As organizações devem "sonhar alto, mas avançar passo-a-passo". Uma visão clara é essencial para assegurar o financiamento necessário para assegurar as competências e capacidades necessárias para uma automação à escala.

Por onde começar?

Os decisores têm de aceitar as tecnologias de automação como um novo paradigma, e reconhecer que estas novas capacidades e modelos de trabalho são essenciais para a escala pretendida. À medida que o apetite pela automação cresce, e esta começa a ser combinada com outras tecnologias emergentes, o mundo vai assistindo a uma revolução na forma como as organizações oferecem e gerem os serviços.